Mentaótico

Ótica mental cheia de hortelã!

Não é de fingir saudades; é de não saber o que é mesmo. Falta não é saudades. Falta é costume, é hábito. Sinto sua falta porque você fazia parte do meu espaço. Sinto saudades porque sem você, tem um espaço vazio em mim. Sentir saudades não é sentir falta de alguém. É querer ter alguém por perto é lembrar de um sorriso é sentir a presença, mas nunca sentir o toque, não ouvir a voz.

É fácil sentir falta. Sinto falta de chocolate. Sinto falta de água, de cerveja. Mas não é saudades. Saudades é algo díficil e você não mata com um olhar. Sinto saudades de uns programas de TV, mas vê-los de novo não ia matar minha saudade. Sentir saudades é querer todo um contexto, um cenário e não poder se incluir nele.

Saudade não é dizer que sente. Saudade é sentir e segurar a lágrima. Saudade é fingir que está tudo bem, quando você quer mesmo é sair correndo e se jogar nos braços em abraço. Saudade é esquecer de alguém por um tempo e quando lembrar correr pegar o telefone pra ligar. Ligar e não satisfazer. Porque a falta é satisfeita com ideias. A saudade só é satisfeita com presença. Física, mental, espiritual.

Então não minta que sente saudades. Não se iluda, nem me iluda. A gente preenche nossa falta.

É de amar e sentir saudades
De gritar e não ser ouvido
De ficar mudo
Ah, se não é de dor
É de sentir todo o mundo

É de correr pro bueiro
De andar na lama
De ter areia no tênis
Se fosse fácil
Não seria assim tão assim

É também de chorar
De dormir sozinho no sofá
De sorrir prum copo d'água
Ah, é de gargalhar
É de não achar graça

Porque se é de amar
É assim mesmo
É tudo e nada
Tudo ou alguma coisa
Nada e muito
É sexo
É drogas
É rock, samba, é silêncio
Um gemido no escuro
A mão cruzada na praça
O dedo no lugar errado
A boca no lugar certo
O riso no telefone
A palavra na cabeça
O nome pra chamar de seu
A pessoa pra chamar de minha
O recado na geladeira
A carta no fogo
O choro na cama
A piada no cinema
O filme de duas vidas
A coisificação em uma
O perfumo na camiseta
A calça no chão
O pensamento longe
A vontade tão perto
O lugar do começo
A tristeza de um final.

É pra matar de morrer e não é pra fazer nada. Não faça nada.
Não pense, não raciocine. Não racionalize. Não eduque-se.
Brinque. Se machuque. Não se prenda na merda da sua vida, não arrisque seu tempo na frente de uma tela. Não viva nos filmes, não se alimente dos livros, não durma com suas revistas.
Abrace. Abrace e sinta. E se não sentir não deixe de abraçar. Por favor, não desista de ser humano. Não, não é uma defesa de raça... é uma defesa de pessoas. Não é um texto de auto-ajuda, não é um e-mail, não é nada de bom. É uma súplica, não se esfrie.

E se no final você amar por dois (como diz a música), chore e esperneie, morra de novo. Se achar que deve, se mate. De verdade, sem literalidade. Se mate. Mas morra como alguém que amou e como alguém que viveu. Morra sabendo que existiu. Não passe a toa na merda do mundo, não seja uma merda maior do que a que você já nasceu sendo. Finja que mereceu viver.

Porque essa é de amor.

Desacostumei com a solidão mas não me acostumo com o público. Desaprendi a ser meio quieto e não aprendi a ser assim, meio barulhento. Ainda me assusto com pessoas e ainda assusto pessoas. Não porque sou estranho, nem porque sou diferente, nem porque nenhum.

[de repente, continua]

E de repente tudo é sobre mudar.

É sobre mudar de cidade e mudar de casa.
Mudar de escola e mudar de curso.
Mudar de filho e passar a ser o universitário, passar a ser o cara que mora sozinho, o cara que estuda arquitetura, o cara que não come direito, o cara que anda com a roupa amassada.
Mudar e deixar as mauricices. Trocar de família assim. Daquela de sangue que te dá de comer, praquela de nome que te dá de beber.
Mudar e deixar isso vísivel, mudar quem é, com medo de acordar e não se reconhecer. Mudar de um pra ser um e nunca ser o mesmo.
Mudar sem me perder em mim mesmo. Mudar porque é preciso. Mudar porque existe o medo. E o medo até mesmo de mudar.
Mudar, mudanças, mudas e mudos. Deixar quase tudo por uma palavra. Palavra que se joga no colo de outra. Mudar dorme abraçada com futuro. Mudanças andam de mãos dadas com o que está por vir.

Mudei, sim. Mas não foi tanto.

Mas nem tudo é mudança. E levo coisas ótimas, que não vou deixar mudarem.
E pessoas ótimas, que nunca vou mudar de mim.

É sempre assim

Não é de fingir saudades; é de não saber o que é mesmo. Falta não é saudades. Falta é costume, é hábito. Sinto sua falta porque você fazia parte do meu espaço. Sinto saudades porque sem você, tem um espaço vazio em mim. Sentir saudades não é sentir falta de alguém. É querer ter alguém por perto é lembrar de um sorriso é sentir a presença, mas nunca sentir o toque, não ouvir a voz.

É fácil sentir falta. Sinto falta de chocolate. Sinto falta de água, de cerveja. Mas não é saudades. Saudades é algo díficil e você não mata com um olhar. Sinto saudades de uns programas de TV, mas vê-los de novo não ia matar minha saudade. Sentir saudades é querer todo um contexto, um cenário e não poder se incluir nele.

Saudade não é dizer que sente. Saudade é sentir e segurar a lágrima. Saudade é fingir que está tudo bem, quando você quer mesmo é sair correndo e se jogar nos braços em abraço. Saudade é esquecer de alguém por um tempo e quando lembrar correr pegar o telefone pra ligar. Ligar e não satisfazer. Porque a falta é satisfeita com ideias. A saudade só é satisfeita com presença. Física, mental, espiritual.

Então não minta que sente saudades. Não se iluda, nem me iluda. A gente preenche nossa falta.

É de amor

É de amar e sentir saudades
De gritar e não ser ouvido
De ficar mudo
Ah, se não é de dor
É de sentir todo o mundo

É de correr pro bueiro
De andar na lama
De ter areia no tênis
Se fosse fácil
Não seria assim tão assim

É também de chorar
De dormir sozinho no sofá
De sorrir prum copo d'água
Ah, é de gargalhar
É de não achar graça

Porque se é de amar
É assim mesmo
É tudo e nada
Tudo ou alguma coisa
Nada e muito
É sexo
É drogas
É rock, samba, é silêncio
Um gemido no escuro
A mão cruzada na praça
O dedo no lugar errado
A boca no lugar certo
O riso no telefone
A palavra na cabeça
O nome pra chamar de seu
A pessoa pra chamar de minha
O recado na geladeira
A carta no fogo
O choro na cama
A piada no cinema
O filme de duas vidas
A coisificação em uma
O perfumo na camiseta
A calça no chão
O pensamento longe
A vontade tão perto
O lugar do começo
A tristeza de um final.

É pra matar de morrer e não é pra fazer nada. Não faça nada.
Não pense, não raciocine. Não racionalize. Não eduque-se.
Brinque. Se machuque. Não se prenda na merda da sua vida, não arrisque seu tempo na frente de uma tela. Não viva nos filmes, não se alimente dos livros, não durma com suas revistas.
Abrace. Abrace e sinta. E se não sentir não deixe de abraçar. Por favor, não desista de ser humano. Não, não é uma defesa de raça... é uma defesa de pessoas. Não é um texto de auto-ajuda, não é um e-mail, não é nada de bom. É uma súplica, não se esfrie.

E se no final você amar por dois (como diz a música), chore e esperneie, morra de novo. Se achar que deve, se mate. De verdade, sem literalidade. Se mate. Mas morra como alguém que amou e como alguém que viveu. Morra sabendo que existiu. Não passe a toa na merda do mundo, não seja uma merda maior do que a que você já nasceu sendo. Finja que mereceu viver.

Porque essa é de amor.
Desacostumei com a solidão mas não me acostumo com o público. Desaprendi a ser meio quieto e não aprendi a ser assim, meio barulhento. Ainda me assusto com pessoas e ainda assusto pessoas. Não porque sou estranho, nem porque sou diferente, nem porque nenhum.

[de repente, continua]
E de repente tudo é sobre mudar.
É sobre mudar de cidade e mudar de casa.
Mudar de escola e mudar de curso.
Mudar de filho e passar a ser o universitário, passar a ser o cara que mora sozinho, o cara que estuda arquitetura, o cara que não come direito, o cara que anda com a roupa amassada.
Mudar e deixar as mauricices. Trocar de família assim. Daquela de sangue que te dá de comer, praquela de nome que te dá de beber.
Mudar e deixar isso vísivel, mudar quem é, com medo de acordar e não se reconhecer. Mudar de um pra ser um e nunca ser o mesmo.
Mudar sem me perder em mim mesmo. Mudar porque é preciso. Mudar porque existe o medo. E o medo até mesmo de mudar.
Mudar, mudanças, mudas e mudos. Deixar quase tudo por uma palavra. Palavra que se joga no colo de outra. Mudar dorme abraçada com futuro. Mudanças andam de mãos dadas com o que está por vir.

Mudei, sim. Mas não foi tanto.

Mas nem tudo é mudança. E levo coisas ótimas, que não vou deixar mudarem.
E pessoas ótimas, que nunca vou mudar de mim.

Ótica mental cheia de hortelã!

Café forte e sem açúcar!