Mentaótico

Ótica mental cheia de hortelã!

Com as passagens em mãos, tendo finalmente dia e hora pra deixar a vida mudar, ele percebeu que já não precisava correr, não precisava fugir nem de quem era e nem de tudo aquilo que um dia quis ser. Agora com a data próxima e o destino tão distante ele pode respirar, não aliviado, mas minimamente realizado. Podia encarar a decisão sobriamente e podia deixar cada gota de terror pulsar em suas veias, amargar seu hálito e atear fogo em suas entranhas. Ele até gostava da sensação. O terror surgia do desconhecido que sempre foi seu futuro, esse estranho amigo, tão sombrio, caótico, incontrolável. Sonho ou piada, podia tremer nervoso com a alegria de mesmo que por pouco tempo ser o dono de cada passo, o senhor de cada sorriso. E não sorriu com aquelas passagens e nem falaria sobre elas gargalhando. Cada vez que lembrasse delas o coração gelaria e ele iria querer ficar, iria querer ter feito as coisas diferentes, iria querer ser outro. Mas já não seria. Pela primeira vez em muito tempo, sabia que estava exatamente onde deveria estar. E cada lágrima que agora corria refletia uma única verdade. Cada lágrima era um eco daquela voz que lá no fundo, mesmo nos momentos mais sombrios e nas dúvidas mais incertas era a certeza que o mantinha em pé, que o tirava da cama e que estampava o sorriso amarelo e tímido no seu rosto. A vida é boa. A gente que não vê.

Voar

Com as passagens em mãos, tendo finalmente dia e hora pra deixar a vida mudar, ele percebeu que já não precisava correr, não precisava fugir nem de quem era e nem de tudo aquilo que um dia quis ser. Agora com a data próxima e o destino tão distante ele pode respirar, não aliviado, mas minimamente realizado. Podia encarar a decisão sobriamente e podia deixar cada gota de terror pulsar em suas veias, amargar seu hálito e atear fogo em suas entranhas. Ele até gostava da sensação. O terror surgia do desconhecido que sempre foi seu futuro, esse estranho amigo, tão sombrio, caótico, incontrolável. Sonho ou piada, podia tremer nervoso com a alegria de mesmo que por pouco tempo ser o dono de cada passo, o senhor de cada sorriso. E não sorriu com aquelas passagens e nem falaria sobre elas gargalhando. Cada vez que lembrasse delas o coração gelaria e ele iria querer ficar, iria querer ter feito as coisas diferentes, iria querer ser outro. Mas já não seria. Pela primeira vez em muito tempo, sabia que estava exatamente onde deveria estar. E cada lágrima que agora corria refletia uma única verdade. Cada lágrima era um eco daquela voz que lá no fundo, mesmo nos momentos mais sombrios e nas dúvidas mais incertas era a certeza que o mantinha em pé, que o tirava da cama e que estampava o sorriso amarelo e tímido no seu rosto. A vida é boa. A gente que não vê.

Ótica mental cheia de hortelã!

Café forte e sem açúcar!