Mentaótico

Ótica mental cheia de hortelã!

Quando eu vou aprender a não ligar tanto assim pros outros? Quando vou aprender a não valorizar quem não merece me ter ao seu redor? Não sei.

Sei que não quero e não posso mais continuar ligando pra muita coisa que eu ligo agora. Não posso continuar encanado com tanta coisa que simplesmente não me acrescenta em merda nenhuma.

Deixar as coisas seguirem seu rumo e aprender que eu não posso ser nem interferir em tudo. A irritação é clássica, mas tudo é superável.

A boa sorte não segue muito bem pro meu lado. Mas quem disse que precisamos de sorte?

Eu não preciso te convencer
Com as minhas convicções
Não preciso que você sinta vergonha
E nem preciso da sua piedade.
Sei como sou
E sei um pouco sobre quem sou.
E sei que não vou mudar pra te fazer feliz.
Pode até ser triste afirmar,
Mas é assim. Não há opção.
Sinceramente,
Eu poderia ser muito,
Mas não tente achar seu príncipe
Quando me ver passando do seu lado,
Não tente encontrar nada além
Daquilo que pode enxergar.
Porque você vai acabar se decepcionando.

Pode levar minha sanidade.
Pode levar tudo o que for necessário,
Pra você ser feliz.
Eu não ligo.
Só não me deixe ao lado de seu mundo
Não me deixe no limbo.
Não me esqueça no bolso do seu jeans surrado.
Você sabe que não pedi
Mais do que o que você prometeu
Existo para ser seu
E não quero e nem acredito no contrário
Já não há essência em minha vida
Que você não tenha aprisionado nos seus olhos
E lábios
E seios
E corpo.
Mas pode levar. Leve o que achar necessário.
Porque afinal, já é tudo seu.

Tinha os trejeitos do pai. O mesmo olho, o mesmo andar, até o mesmo jeito de falar. Chegavam até a pensar igual. Eram tão parecidos, que pareciam tão diferentes. Aos seus próprios olhos, não podiam enchergar-se. Aos próprios ouvidos, berravam para vencer o abismo entre si.

O abismo não surgiu do nada. O que antes era um ou outro buraco no caminho foi crescendo. Cresceu, cresceu, e antes que qualquer um deles pudesse perceber, já se encontravam tão distantes, tão cotidianamente separados, que já não sentiam mais. Eram tão vazios quanto o espaço que existia entre os dois.

Não eram inimigos. Não cravaram brigas férreas, nem levantaram nenhum motim familiar. Não se acusaram com meias verdades, nem se convenceram com falsas mentiras. Mas mesmo assim, também não eram amigos. Compartilhavam a mesa. O sofá. Poderiam compartilhar até mesmo o chão. Mas eram movimentos frios, repetitivos. Estavam exaustos de si próprios.

A mãe era um ser invisível. O filho não via o pai. O pai não via o filho. E nenhum dos dois via mais a mãe. Morrerá ou não, todos tinham suas coisas pra cuidar. E ela, sem importância ou delegância era só mais uma mãe.

Assim eram eles. Sem cor nem odor nem papel nem conhecimento. Existiam pelo simples motivo de respirarem. Eram tão clichês e tão fascinantes quanto qualquer outro alguém. Tinham seus ganhos, suas perdas. Não tinham nada. Não tinham nem um ao outro. Eram máquinas tão sedentas por desejos-vãs que já não eram coisa alguma.

Por não se perceberem, o pai não viu o filho barbado. O filho não viu o pai irritado. Os dois não se viram em momentos estragados. Por não se perceberem, um dia o filho acordou e o pai não. No outro dia o filho acordou, mas o pai continuava dormindo. E no outro, e no outro e no outro, o pai continuou dormindo.

Quando o filho deu por si, seu pai já havia morrido. Mas nessa história todos têm suas coisas pra fazer...



Já não há dor em não sentir.

Estou cansado. De novo. Cansado de ser alguém que não existe. Cansado de usar a pele de legal, de chato. De ser algo que parece bom. Cheio de buscar palavras refinadas pra explicar as coisas mais podres.

Destilando perversões em vidros de perfumes. Fobias em pétalas de rosas. Não sou eu e você ainda teima em acreditar. Porque esse eu não existe. Mas ele se cansa.

Sou um poço fundo, que alguém fechou e cobriu com qualquer coisa pura. Sou um cemitério de ideias e pensamentos enterrados onde alguém construiu um enorme condomínio. Sou o açúcar envenenado que alguém serviu em um momento de ignorância. E pior, alguém aceitou em um momento de ignorância maior.

No frio é só uma casca quente. Posso ceder calor. Posso fazer muito. Mas no fundo, bem no fundo, é só vazio. E frio. E qualquer casca pode quebrar. E quando quebra, ah, quando quebra não dá pra consertar. Você não pode juntar todos os caquinhos. Se juntar, não pode colocá-los no lugar. E se colocá-los no lugar, você nunca vai esconder as marcas.

Isso é triste? Talvez. Depende o ponto de vista. Talvez seja uma visão apocalítica. Ou só caótica. Mas será que não é verdade? Você gosta do escuro? Tem medo?

É, acho que eu também.

//momento alucinado//

E o que eu estou fazendo da minha vida? Até onde vou procurar e o que vou achar?
Por que procuro?

Não é amor.
É só, sei lá,
Algo fútil.
Amo a ideia de ser melhor.
Amo a ideia de poder ser mais.
É egoísmo.
É egocentrismo.
E daí?
Não é nada,
Além de mim.
É só algo turvo.
Desconexo.
Nem interessante chega a ser,
Mas é engraçado.
E talvez até seja amor.
Só que rir é mais legal!

Quando eu vou aprender a não ligar tanto assim pros outros? Quando vou aprender a não valorizar quem não merece me ter ao seu redor? Não sei.

Sei que não quero e não posso mais continuar ligando pra muita coisa que eu ligo agora. Não posso continuar encanado com tanta coisa que simplesmente não me acrescenta em merda nenhuma.

Deixar as coisas seguirem seu rumo e aprender que eu não posso ser nem interferir em tudo. A irritação é clássica, mas tudo é superável.

A boa sorte não segue muito bem pro meu lado. Mas quem disse que precisamos de sorte?
Eu não preciso te convencer
Com as minhas convicções
Não preciso que você sinta vergonha
E nem preciso da sua piedade.
Sei como sou
E sei um pouco sobre quem sou.
E sei que não vou mudar pra te fazer feliz.
Pode até ser triste afirmar,
Mas é assim. Não há opção.
Sinceramente,
Eu poderia ser muito,
Mas não tente achar seu príncipe
Quando me ver passando do seu lado,
Não tente encontrar nada além
Daquilo que pode enxergar.
Porque você vai acabar se decepcionando.
Pode levar minha sanidade.
Pode levar tudo o que for necessário,
Pra você ser feliz.
Eu não ligo.
Só não me deixe ao lado de seu mundo
Não me deixe no limbo.
Não me esqueça no bolso do seu jeans surrado.
Você sabe que não pedi
Mais do que o que você prometeu
Existo para ser seu
E não quero e nem acredito no contrário
Já não há essência em minha vida
Que você não tenha aprisionado nos seus olhos
E lábios
E seios
E corpo.
Mas pode levar. Leve o que achar necessário.
Porque afinal, já é tudo seu.

Familiaridades

Tinha os trejeitos do pai. O mesmo olho, o mesmo andar, até o mesmo jeito de falar. Chegavam até a pensar igual. Eram tão parecidos, que pareciam tão diferentes. Aos seus próprios olhos, não podiam enchergar-se. Aos próprios ouvidos, berravam para vencer o abismo entre si.

O abismo não surgiu do nada. O que antes era um ou outro buraco no caminho foi crescendo. Cresceu, cresceu, e antes que qualquer um deles pudesse perceber, já se encontravam tão distantes, tão cotidianamente separados, que já não sentiam mais. Eram tão vazios quanto o espaço que existia entre os dois.

Não eram inimigos. Não cravaram brigas férreas, nem levantaram nenhum motim familiar. Não se acusaram com meias verdades, nem se convenceram com falsas mentiras. Mas mesmo assim, também não eram amigos. Compartilhavam a mesa. O sofá. Poderiam compartilhar até mesmo o chão. Mas eram movimentos frios, repetitivos. Estavam exaustos de si próprios.

A mãe era um ser invisível. O filho não via o pai. O pai não via o filho. E nenhum dos dois via mais a mãe. Morrerá ou não, todos tinham suas coisas pra cuidar. E ela, sem importância ou delegância era só mais uma mãe.

Assim eram eles. Sem cor nem odor nem papel nem conhecimento. Existiam pelo simples motivo de respirarem. Eram tão clichês e tão fascinantes quanto qualquer outro alguém. Tinham seus ganhos, suas perdas. Não tinham nada. Não tinham nem um ao outro. Eram máquinas tão sedentas por desejos-vãs que já não eram coisa alguma.

Por não se perceberem, o pai não viu o filho barbado. O filho não viu o pai irritado. Os dois não se viram em momentos estragados. Por não se perceberem, um dia o filho acordou e o pai não. No outro dia o filho acordou, mas o pai continuava dormindo. E no outro, e no outro e no outro, o pai continuou dormindo.

Quando o filho deu por si, seu pai já havia morrido. Mas nessa história todos têm suas coisas pra fazer...



Já não há dor em não sentir.

Estou cansado. De novo. Cansado de ser alguém que não existe. Cansado de usar a pele de legal, de chato. De ser algo que parece bom. Cheio de buscar palavras refinadas pra explicar as coisas mais podres.

Destilando perversões em vidros de perfumes. Fobias em pétalas de rosas. Não sou eu e você ainda teima em acreditar. Porque esse eu não existe. Mas ele se cansa.

Sou um poço fundo, que alguém fechou e cobriu com qualquer coisa pura. Sou um cemitério de ideias e pensamentos enterrados onde alguém construiu um enorme condomínio. Sou o açúcar envenenado que alguém serviu em um momento de ignorância. E pior, alguém aceitou em um momento de ignorância maior.

No frio é só uma casca quente. Posso ceder calor. Posso fazer muito. Mas no fundo, bem no fundo, é só vazio. E frio. E qualquer casca pode quebrar. E quando quebra, ah, quando quebra não dá pra consertar. Você não pode juntar todos os caquinhos. Se juntar, não pode colocá-los no lugar. E se colocá-los no lugar, você nunca vai esconder as marcas.

Isso é triste? Talvez. Depende o ponto de vista. Talvez seja uma visão apocalítica. Ou só caótica. Mas será que não é verdade? Você gosta do escuro? Tem medo?

É, acho que eu também.

//momento alucinado//
E o que eu estou fazendo da minha vida? Até onde vou procurar e o que vou achar?
Por que procuro?
Não é amor.
É só, sei lá,
Algo fútil.
Amo a ideia de ser melhor.
Amo a ideia de poder ser mais.
É egoísmo.
É egocentrismo.
E daí?
Não é nada,
Além de mim.
É só algo turvo.
Desconexo.
Nem interessante chega a ser,
Mas é engraçado.
E talvez até seja amor.
Só que rir é mais legal!

Ótica mental cheia de hortelã!

Café forte e sem açúcar!