Mentaótico

Ótica mental cheia de hortelã!

E você tem outra chance, baby. São mais 365 dias, talvez menos, mas é mais um ano pra você. Mudar, continuar o mesmo. Tentar. É o mesmo do mesmo, mas pode ser muito de nada daquilo que houve. Estranho ou não você tem outro ano.

Você não vai nascer de novo a meia-noite. Você não vai cumprir suas promessas e vai continuar a olhar as horas passando sem saber o que está fazendo. Mas talvez não. Então espero que não te falte coragem. Pra mudar se achar que deve, pra continuar se escolher assim.

Amanhã é outro dia, é outro ano, mas o ser que vai levantar da cama ainda é você. Sofra se tiver que sofrer, mas realmente, se você puder, só dê risadas. Mesmo que seja uma.

Se puder também queria que você lesse. E se não quiser ler, queime seu capítulo preferido daquele livro que você não gosta tanto assim. Aconselho você a convidar alguns amigos pra isso. Mas talvez você precise fazer isso sozinho. Então faça.

Não queira começar o ano amando e não guarde todo seu otimismo pra esse dia. Espero que você acorde pessimista e não fique puto por isso. É melhor se surpreender a se decepcionar. E otimismo é um tanto brega.

Lembre que começa uma nova década, o que significa que mais do que você espera vai mudar. Então tomara que você beba a isso e tomara que veja muito do belo e sublime.

Se o ano parecer chato ligue o foda-se. Você não é obrigado a aguentar tudo o tempo todo e por isso mesmo deve deitar no sofá de vez em quando.

Mas do que tudo isso, é melhor você não fazer nada do que eu disse aqui. Mais do que procurar receitas pra tentar ser feliz, é deixar de tentar ser feliz, deixar de tentar ser qualquer coisa e simplesmente não ser.

Apesar de tudo, que você tenha um bom último ano. E que depois de 2012 a gente se encontre num lugar melhor. Seja no meu inferno, ou no seu céu. Mas que seja um encontro...

Eu costumava ter alguém pra falar de mim. Ter alguém pra falar das cooisas que penso e daquilo que não imagino. Costumava ver isso do meu lado e podia ser quase que totalmente. Eu costumava tentar ser quase totalmente. Mas eu me acostumo a muita coisa. E de algumas poucas, acabo me adaptando errado. Então peguei e deixei esse alguém. E fiz bem, porque estou bem agora. Não bem, bem, mas bem, quem está bem?

E sabe, eu também achei por um tempo que eu era plenamente auto-suficiente. Achei que todo tempo com alguém era um tempo a menos comigo. E me adequei tanto a só ter tempos comigos que fui deixando todo mundo com seus próprios tempos... mas fiquei sozinho. E puta, quando fiquei sozinho tive tanto tempo pra mim, que mim sentiu saudade do eu com os outros. Sentiu saudade daqueles momentos. Que droga...

Porque eu costumava não me criar problemas. Ah eu era tão bom nisso que meus pais teriam medo do meu poder de desvio, de ilusão, de inexistência. E por não criá-los acabei com aqueles que inventaram pra mim. Mas não culpo os outros. Aquele que se fechou no seu mundo, quando conseguiu voltar pro mundo alheio sofreu pra se adaptar. Não se adaptou, morreu. Bem assim mesmo.

E hoje fico com saudades. Fico de novo com saudades. E não é saudade dela. É saudade de tudo. Sinto saudades de cada riso que dei nos meus anos anteriores, sinto saudade de poder ser vento, de poder não ser nada. Saudade de sentar no chão, de deitar na água. Ah, como eu sinto saudades de poder ficar bravo com meus compromissos, de poder querer voltar pra casa, de não querer ir e não querer estar, de querer correr, beber, comer. Saudades de momentos em que me surpreendia com o mundo, saudades que pessoas que me surpreendiam só por existir, saudades de músicas que me faziam rir e chorar. Eu tenho saudades de poder chorar. Saudades de quando não me sentia seco, insensível, amargurado, de quando eu não sentia prazer em ser chato, em ser ruim, de quando meu prazer vinha de coisas prazerosas. Saudades de quando eu era mais humano, saudades de momentos que não precisei apagar pra me manter adequadamente sano, ai que saudades sinto da minha inocência. Que saudades sinto de ser enganado e não sofrer, aquela saudades de quando eu não tinha um coração embrulhado apertado demais e quando sentia ele bater livremente. Saudades de não ter, não querer e deixar que pessoas chegassem e saissem da minha vida de acordo com o que podiamos nos dar naquele momento. Porque eu sinto uma saudades louca de morrer todo dia e acordar de manhã sem querer ver o sol, eu sinto uma saudades desgraçada de não ser eu, uma saudades doentia de não querer ser alguém, ah aquela saudades dos banhos maltomados na chuva e do barro grudado na minha unha, saudades de ser tão raquítico que precisava de pregas nas minhas calças e saudades das minhas roupas com velcro e elásticos, saudades de quando odiava ser criança e saudades de quando odiei começar a ser adulto. Saudades bobas de encontrar quem eu amo no onibus e saudades de quando não amava ninguém pra encontrar. Tenho tantas saudades, que sinto saudades das fontes que deixei de usar, das histórias que não li e de momentos que só fingi viver. Sinto saudades de quando acreditava em mudanças, saudades de quando não acreditava em nada. Eu sinto saudades.

Eu não sinto nada; ah eu nem sou.

E eu realmente quero ir embora. Não quero mais ouvir suas reclamações sobre dinheiro, sobre conduta, sobre vocês. Não quero mais fingir ser. Vocês teriam medo de mim e por isso é melhor que só vejam aquilo que agrada seus olhos. Crueldades a parte, mas é assim mesmo. Vocês não me conhecem e a parte que veem é tão pequena e limitada que eu rio internamente. Sabe, amo vocês realmente e queria muito ver que temos outras coisas em comum, mas não sinto a verdade nisso. Não acho que elas existam. Porque cresci diferente talvez. Porque sou estranho e vocês me são estranhos. Não sei. Mas é só que eu quero ser. Ser qualquer coisa.

Não sentir mais esse peso em mim, não sentir mais esse farpo no peito. É sempre assim quando vejo que por melhor que esteja e por mais que eu esqueça esses empecilhos estão sempre nas minhas expressões e no jeito que eu falo com vocês. Não sintam vergonha, culpa ou arrependimento. Talvez eu só tenha mesmo feito minhas decisões sozinhos e decidi não ser vocês. E isso é uma bosta. É um puta saco. Porque quando decidimos não nos encaixar decidimos ser destruídos de todas as formas possíveis.

Eu sinto o vento em minha pele e fico tentando entender o grande motivo de não me encontrar com vocês. Procuro no nosso passado onde foi que aprendemos a nos tolerar e só. Fomos juntos desde que nasci então por que eu não sou igual? E se sou igual por que eu não vejo isso? Porque é assim que eu sinto sobre tudo que nos envolve. Vocês e vocês, eu e eu. Eu fingindo concordar, eu tentando convencer e me deixando ser convencido. Sempre sinto que o egoísmo é meu e que a imcompreensão é minha, mas deus, eu tento. Eu tenho quase certeza que tento.

Enxergo a felicidade com vocês. Enxergo um futuro com vocês. Enxergo toda a minha vida, mas sempre falta algo. Quero gritar, quero gritar e expor e gritar e me livrar disso. É meu cancer é meu problema é a droga da minha vida. Porque até mesmo minha felicidade carrega sua dose de histeria e esquizofrenia e raiva. Porque eu não sei o que quero e não vejo isso nem mesmo dentro dos meus desejos.

Mas talvez longe as coisas melhorem. De repente longe eu só sinta o peso aos finais de semana. Troque essas coisas ruins pela Saudade, conhecida e doce companheira. Porque de vocês talvez eu já nem queira mais essa vivência frequente. Porque talvez de vocês eu queria sentir um pouco de falta. Ou talvez não.

Todo sistema é corruptível. Todo ser tem seu preço.

E sempre parar no mesmo lugar quando tento me encontrar. Vejo esses problemas na minha raça só pra tentar não reconhece-los em mim. Ajo como o traidor da espécie, mas só porque talvez seja a minha espécie que me rejeite e não o contrário. Encher minha cabeça com considerações, razões e falta delas pra desviar do meu verdadeiro assunto.

Preciso reaprender a ter um foco. Reaprender é simpatia. Depois de achar meu foco, acho que poderia acabar tentando aprender a me concentrar nele. Porque aos poucos percebo que no inferno dos outros que são eles mesmos acabam sendo o meu inferno e eu sendo deles. É tudo cíclico.

Vou sempre sendo um vazio estranho. Um ruído. Volto aqui pra ver o que pensava e percebo que ainda penso o mesmo. É tudo cíclico. É tudo fumaça queimando em apocalipse. E esse sou eu desde que penso que não sou nada. É claro o quanto não mudo com minhas revoluções. Elas acontecem pelo óbvio de me transformar em mim mesmo. Era ontem era hoje era amanhã. Sou.

E sendo assim, talvez você também seja. Talvez todos sejamos. Sejamos o que fomos em outras terras tempos e vidas e o que seremos em outras móleculas eletróns e ligações. Ser ou não ser, foda-se a questão. Por que você não o é. Você é. Talvez você nunca tenha sido. Mas quem vai saber. Você vai sempre parar no mesmo lugar e do meu lado.

Porque nos simplismente não sabemos baby. É pra sempre sem nada ser ter saber. É pra nunca pra não viver morrer. É queimando e lavando e acordando. É só gente com mal-hálito, esperando a morte e esperando o filho. É só bicho fedido seguindo o instinto. É só a nossa raça. É só a nossa espécie. É você, só sozinho solitário.

Então só te tenho nos meus sonhos.

Era eu, você. E outros. Mas tudo tava ok. Você estava comigo.

Eu não sou simpático. Não. Sou dissimulado. É bem diferente. Posso até convencer com meu sorriso, posso parecer interessado na sua conversa, mas acredite quando eu digo que não estou sendo simpático.

Finjo que acredito no que você diz porque a minha vontade de discutir com você é quase nula e o meu prazer em te conhecer não existe. Aliás, só existe em plano social. No plano onde você é necessário(a) para uma boa convivência. E hipocrisia ou não, eu não sou obrigado a gostar de ninguém, mas também não posso me excluir do mundo. Então finjo que sou legal.

Não estou te usando. Te usar seria diferente também. Te uso quando tenho interesses além do bom relacionamento envolvido.

E também não venha me dizer que eu sou arrogante. Porque pode ser hipocrisia minha fingir que sou simpático, mas é hipocrisia sua achar que todo mundo te ama.

Olhe para o mundo. Se as pessoas não fingem que se suportam tudo que nos resta é o caos. Então companheiro(a) de espaço, se somos obrigados a existir comumente, que seja numa situação de agrado recíproco.

Só não abuse da minha simpatia. Certo?

Aquele do fim de ano...

E você tem outra chance, baby. São mais 365 dias, talvez menos, mas é mais um ano pra você. Mudar, continuar o mesmo. Tentar. É o mesmo do mesmo, mas pode ser muito de nada daquilo que houve. Estranho ou não você tem outro ano.

Você não vai nascer de novo a meia-noite. Você não vai cumprir suas promessas e vai continuar a olhar as horas passando sem saber o que está fazendo. Mas talvez não. Então espero que não te falte coragem. Pra mudar se achar que deve, pra continuar se escolher assim.

Amanhã é outro dia, é outro ano, mas o ser que vai levantar da cama ainda é você. Sofra se tiver que sofrer, mas realmente, se você puder, só dê risadas. Mesmo que seja uma.

Se puder também queria que você lesse. E se não quiser ler, queime seu capítulo preferido daquele livro que você não gosta tanto assim. Aconselho você a convidar alguns amigos pra isso. Mas talvez você precise fazer isso sozinho. Então faça.

Não queira começar o ano amando e não guarde todo seu otimismo pra esse dia. Espero que você acorde pessimista e não fique puto por isso. É melhor se surpreender a se decepcionar. E otimismo é um tanto brega.

Lembre que começa uma nova década, o que significa que mais do que você espera vai mudar. Então tomara que você beba a isso e tomara que veja muito do belo e sublime.

Se o ano parecer chato ligue o foda-se. Você não é obrigado a aguentar tudo o tempo todo e por isso mesmo deve deitar no sofá de vez em quando.

Mas do que tudo isso, é melhor você não fazer nada do que eu disse aqui. Mais do que procurar receitas pra tentar ser feliz, é deixar de tentar ser feliz, deixar de tentar ser qualquer coisa e simplesmente não ser.

Apesar de tudo, que você tenha um bom último ano. E que depois de 2012 a gente se encontre num lugar melhor. Seja no meu inferno, ou no seu céu. Mas que seja um encontro...

O de sempre.

Eu costumava ter alguém pra falar de mim. Ter alguém pra falar das cooisas que penso e daquilo que não imagino. Costumava ver isso do meu lado e podia ser quase que totalmente. Eu costumava tentar ser quase totalmente. Mas eu me acostumo a muita coisa. E de algumas poucas, acabo me adaptando errado. Então peguei e deixei esse alguém. E fiz bem, porque estou bem agora. Não bem, bem, mas bem, quem está bem?

E sabe, eu também achei por um tempo que eu era plenamente auto-suficiente. Achei que todo tempo com alguém era um tempo a menos comigo. E me adequei tanto a só ter tempos comigos que fui deixando todo mundo com seus próprios tempos... mas fiquei sozinho. E puta, quando fiquei sozinho tive tanto tempo pra mim, que mim sentiu saudade do eu com os outros. Sentiu saudade daqueles momentos. Que droga...

Porque eu costumava não me criar problemas. Ah eu era tão bom nisso que meus pais teriam medo do meu poder de desvio, de ilusão, de inexistência. E por não criá-los acabei com aqueles que inventaram pra mim. Mas não culpo os outros. Aquele que se fechou no seu mundo, quando conseguiu voltar pro mundo alheio sofreu pra se adaptar. Não se adaptou, morreu. Bem assim mesmo.

E hoje fico com saudades. Fico de novo com saudades. E não é saudade dela. É saudade de tudo. Sinto saudades de cada riso que dei nos meus anos anteriores, sinto saudade de poder ser vento, de poder não ser nada. Saudade de sentar no chão, de deitar na água. Ah, como eu sinto saudades de poder ficar bravo com meus compromissos, de poder querer voltar pra casa, de não querer ir e não querer estar, de querer correr, beber, comer. Saudades de momentos em que me surpreendia com o mundo, saudades que pessoas que me surpreendiam só por existir, saudades de músicas que me faziam rir e chorar. Eu tenho saudades de poder chorar. Saudades de quando não me sentia seco, insensível, amargurado, de quando eu não sentia prazer em ser chato, em ser ruim, de quando meu prazer vinha de coisas prazerosas. Saudades de quando eu era mais humano, saudades de momentos que não precisei apagar pra me manter adequadamente sano, ai que saudades sinto da minha inocência. Que saudades sinto de ser enganado e não sofrer, aquela saudades de quando eu não tinha um coração embrulhado apertado demais e quando sentia ele bater livremente. Saudades de não ter, não querer e deixar que pessoas chegassem e saissem da minha vida de acordo com o que podiamos nos dar naquele momento. Porque eu sinto uma saudades louca de morrer todo dia e acordar de manhã sem querer ver o sol, eu sinto uma saudades desgraçada de não ser eu, uma saudades doentia de não querer ser alguém, ah aquela saudades dos banhos maltomados na chuva e do barro grudado na minha unha, saudades de ser tão raquítico que precisava de pregas nas minhas calças e saudades das minhas roupas com velcro e elásticos, saudades de quando odiava ser criança e saudades de quando odiei começar a ser adulto. Saudades bobas de encontrar quem eu amo no onibus e saudades de quando não amava ninguém pra encontrar. Tenho tantas saudades, que sinto saudades das fontes que deixei de usar, das histórias que não li e de momentos que só fingi viver. Sinto saudades de quando acreditava em mudanças, saudades de quando não acreditava em nada. Eu sinto saudades.

Eu não sinto nada; ah eu nem sou.
E eu realmente quero ir embora. Não quero mais ouvir suas reclamações sobre dinheiro, sobre conduta, sobre vocês. Não quero mais fingir ser. Vocês teriam medo de mim e por isso é melhor que só vejam aquilo que agrada seus olhos. Crueldades a parte, mas é assim mesmo. Vocês não me conhecem e a parte que veem é tão pequena e limitada que eu rio internamente. Sabe, amo vocês realmente e queria muito ver que temos outras coisas em comum, mas não sinto a verdade nisso. Não acho que elas existam. Porque cresci diferente talvez. Porque sou estranho e vocês me são estranhos. Não sei. Mas é só que eu quero ser. Ser qualquer coisa.

Não sentir mais esse peso em mim, não sentir mais esse farpo no peito. É sempre assim quando vejo que por melhor que esteja e por mais que eu esqueça esses empecilhos estão sempre nas minhas expressões e no jeito que eu falo com vocês. Não sintam vergonha, culpa ou arrependimento. Talvez eu só tenha mesmo feito minhas decisões sozinhos e decidi não ser vocês. E isso é uma bosta. É um puta saco. Porque quando decidimos não nos encaixar decidimos ser destruídos de todas as formas possíveis.

Eu sinto o vento em minha pele e fico tentando entender o grande motivo de não me encontrar com vocês. Procuro no nosso passado onde foi que aprendemos a nos tolerar e só. Fomos juntos desde que nasci então por que eu não sou igual? E se sou igual por que eu não vejo isso? Porque é assim que eu sinto sobre tudo que nos envolve. Vocês e vocês, eu e eu. Eu fingindo concordar, eu tentando convencer e me deixando ser convencido. Sempre sinto que o egoísmo é meu e que a imcompreensão é minha, mas deus, eu tento. Eu tenho quase certeza que tento.

Enxergo a felicidade com vocês. Enxergo um futuro com vocês. Enxergo toda a minha vida, mas sempre falta algo. Quero gritar, quero gritar e expor e gritar e me livrar disso. É meu cancer é meu problema é a droga da minha vida. Porque até mesmo minha felicidade carrega sua dose de histeria e esquizofrenia e raiva. Porque eu não sei o que quero e não vejo isso nem mesmo dentro dos meus desejos.

Mas talvez longe as coisas melhorem. De repente longe eu só sinta o peso aos finais de semana. Troque essas coisas ruins pela Saudade, conhecida e doce companheira. Porque de vocês talvez eu já nem queira mais essa vivência frequente. Porque talvez de vocês eu queria sentir um pouco de falta. Ou talvez não.
Todo sistema é corruptível. Todo ser tem seu preço.

ir voltar voltar ir voltar chegar ir voltar ir ir ...

E sempre parar no mesmo lugar quando tento me encontrar. Vejo esses problemas na minha raça só pra tentar não reconhece-los em mim. Ajo como o traidor da espécie, mas só porque talvez seja a minha espécie que me rejeite e não o contrário. Encher minha cabeça com considerações, razões e falta delas pra desviar do meu verdadeiro assunto.

Preciso reaprender a ter um foco. Reaprender é simpatia. Depois de achar meu foco, acho que poderia acabar tentando aprender a me concentrar nele. Porque aos poucos percebo que no inferno dos outros que são eles mesmos acabam sendo o meu inferno e eu sendo deles. É tudo cíclico.

Vou sempre sendo um vazio estranho. Um ruído. Volto aqui pra ver o que pensava e percebo que ainda penso o mesmo. É tudo cíclico. É tudo fumaça queimando em apocalipse. E esse sou eu desde que penso que não sou nada. É claro o quanto não mudo com minhas revoluções. Elas acontecem pelo óbvio de me transformar em mim mesmo. Era ontem era hoje era amanhã. Sou.

E sendo assim, talvez você também seja. Talvez todos sejamos. Sejamos o que fomos em outras terras tempos e vidas e o que seremos em outras móleculas eletróns e ligações. Ser ou não ser, foda-se a questão. Por que você não o é. Você é. Talvez você nunca tenha sido. Mas quem vai saber. Você vai sempre parar no mesmo lugar e do meu lado.

Porque nos simplismente não sabemos baby. É pra sempre sem nada ser ter saber. É pra nunca pra não viver morrer. É queimando e lavando e acordando. É só gente com mal-hálito, esperando a morte e esperando o filho. É só bicho fedido seguindo o instinto. É só a nossa raça. É só a nossa espécie. É você, só sozinho solitário.
Então só te tenho nos meus sonhos.

Era eu, você. E outros. Mas tudo tava ok. Você estava comigo.

Simpatia

Eu não sou simpático. Não. Sou dissimulado. É bem diferente. Posso até convencer com meu sorriso, posso parecer interessado na sua conversa, mas acredite quando eu digo que não estou sendo simpático.

Finjo que acredito no que você diz porque a minha vontade de discutir com você é quase nula e o meu prazer em te conhecer não existe. Aliás, só existe em plano social. No plano onde você é necessário(a) para uma boa convivência. E hipocrisia ou não, eu não sou obrigado a gostar de ninguém, mas também não posso me excluir do mundo. Então finjo que sou legal.

Não estou te usando. Te usar seria diferente também. Te uso quando tenho interesses além do bom relacionamento envolvido.

E também não venha me dizer que eu sou arrogante. Porque pode ser hipocrisia minha fingir que sou simpático, mas é hipocrisia sua achar que todo mundo te ama.

Olhe para o mundo. Se as pessoas não fingem que se suportam tudo que nos resta é o caos. Então companheiro(a) de espaço, se somos obrigados a existir comumente, que seja numa situação de agrado recíproco.

Só não abuse da minha simpatia. Certo?

Ótica mental cheia de hortelã!

Café forte e sem açúcar!