Mentaótico

Ótica mental cheia de hortelã!

E você tem outra chance, baby. São mais 365 dias, talvez menos, mas é mais um ano pra você. Mudar, continuar o mesmo. Tentar. É o mesmo do mesmo, mas pode ser muito de nada daquilo que houve. Estranho ou não você tem outro ano.

Você não vai nascer de novo a meia-noite. Você não vai cumprir suas promessas e vai continuar a olhar as horas passando sem saber o que está fazendo. Mas talvez não. Então espero que não te falte coragem. Pra mudar se achar que deve, pra continuar se escolher assim.

Amanhã é outro dia, é outro ano, mas o ser que vai levantar da cama ainda é você. Sofra se tiver que sofrer, mas realmente, se você puder, só dê risadas. Mesmo que seja uma.

Se puder também queria que você lesse. E se não quiser ler, queime seu capítulo preferido daquele livro que você não gosta tanto assim. Aconselho você a convidar alguns amigos pra isso. Mas talvez você precise fazer isso sozinho. Então faça.

Não queira começar o ano amando e não guarde todo seu otimismo pra esse dia. Espero que você acorde pessimista e não fique puto por isso. É melhor se surpreender a se decepcionar. E otimismo é um tanto brega.

Lembre que começa uma nova década, o que significa que mais do que você espera vai mudar. Então tomara que você beba a isso e tomara que veja muito do belo e sublime.

Se o ano parecer chato ligue o foda-se. Você não é obrigado a aguentar tudo o tempo todo e por isso mesmo deve deitar no sofá de vez em quando.

Mas do que tudo isso, é melhor você não fazer nada do que eu disse aqui. Mais do que procurar receitas pra tentar ser feliz, é deixar de tentar ser feliz, deixar de tentar ser qualquer coisa e simplesmente não ser.

Apesar de tudo, que você tenha um bom último ano. E que depois de 2012 a gente se encontre num lugar melhor. Seja no meu inferno, ou no seu céu. Mas que seja um encontro...

Eu costumava ter alguém pra falar de mim. Ter alguém pra falar das cooisas que penso e daquilo que não imagino. Costumava ver isso do meu lado e podia ser quase que totalmente. Eu costumava tentar ser quase totalmente. Mas eu me acostumo a muita coisa. E de algumas poucas, acabo me adaptando errado. Então peguei e deixei esse alguém. E fiz bem, porque estou bem agora. Não bem, bem, mas bem, quem está bem?

E sabe, eu também achei por um tempo que eu era plenamente auto-suficiente. Achei que todo tempo com alguém era um tempo a menos comigo. E me adequei tanto a só ter tempos comigos que fui deixando todo mundo com seus próprios tempos... mas fiquei sozinho. E puta, quando fiquei sozinho tive tanto tempo pra mim, que mim sentiu saudade do eu com os outros. Sentiu saudade daqueles momentos. Que droga...

Porque eu costumava não me criar problemas. Ah eu era tão bom nisso que meus pais teriam medo do meu poder de desvio, de ilusão, de inexistência. E por não criá-los acabei com aqueles que inventaram pra mim. Mas não culpo os outros. Aquele que se fechou no seu mundo, quando conseguiu voltar pro mundo alheio sofreu pra se adaptar. Não se adaptou, morreu. Bem assim mesmo.

E hoje fico com saudades. Fico de novo com saudades. E não é saudade dela. É saudade de tudo. Sinto saudades de cada riso que dei nos meus anos anteriores, sinto saudade de poder ser vento, de poder não ser nada. Saudade de sentar no chão, de deitar na água. Ah, como eu sinto saudades de poder ficar bravo com meus compromissos, de poder querer voltar pra casa, de não querer ir e não querer estar, de querer correr, beber, comer. Saudades de momentos em que me surpreendia com o mundo, saudades que pessoas que me surpreendiam só por existir, saudades de músicas que me faziam rir e chorar. Eu tenho saudades de poder chorar. Saudades de quando não me sentia seco, insensível, amargurado, de quando eu não sentia prazer em ser chato, em ser ruim, de quando meu prazer vinha de coisas prazerosas. Saudades de quando eu era mais humano, saudades de momentos que não precisei apagar pra me manter adequadamente sano, ai que saudades sinto da minha inocência. Que saudades sinto de ser enganado e não sofrer, aquela saudades de quando eu não tinha um coração embrulhado apertado demais e quando sentia ele bater livremente. Saudades de não ter, não querer e deixar que pessoas chegassem e saissem da minha vida de acordo com o que podiamos nos dar naquele momento. Porque eu sinto uma saudades louca de morrer todo dia e acordar de manhã sem querer ver o sol, eu sinto uma saudades desgraçada de não ser eu, uma saudades doentia de não querer ser alguém, ah aquela saudades dos banhos maltomados na chuva e do barro grudado na minha unha, saudades de ser tão raquítico que precisava de pregas nas minhas calças e saudades das minhas roupas com velcro e elásticos, saudades de quando odiava ser criança e saudades de quando odiei começar a ser adulto. Saudades bobas de encontrar quem eu amo no onibus e saudades de quando não amava ninguém pra encontrar. Tenho tantas saudades, que sinto saudades das fontes que deixei de usar, das histórias que não li e de momentos que só fingi viver. Sinto saudades de quando acreditava em mudanças, saudades de quando não acreditava em nada. Eu sinto saudades.

Eu não sinto nada; ah eu nem sou.

E eu realmente quero ir embora. Não quero mais ouvir suas reclamações sobre dinheiro, sobre conduta, sobre vocês. Não quero mais fingir ser. Vocês teriam medo de mim e por isso é melhor que só vejam aquilo que agrada seus olhos. Crueldades a parte, mas é assim mesmo. Vocês não me conhecem e a parte que veem é tão pequena e limitada que eu rio internamente. Sabe, amo vocês realmente e queria muito ver que temos outras coisas em comum, mas não sinto a verdade nisso. Não acho que elas existam. Porque cresci diferente talvez. Porque sou estranho e vocês me são estranhos. Não sei. Mas é só que eu quero ser. Ser qualquer coisa.

Não sentir mais esse peso em mim, não sentir mais esse farpo no peito. É sempre assim quando vejo que por melhor que esteja e por mais que eu esqueça esses empecilhos estão sempre nas minhas expressões e no jeito que eu falo com vocês. Não sintam vergonha, culpa ou arrependimento. Talvez eu só tenha mesmo feito minhas decisões sozinhos e decidi não ser vocês. E isso é uma bosta. É um puta saco. Porque quando decidimos não nos encaixar decidimos ser destruídos de todas as formas possíveis.

Eu sinto o vento em minha pele e fico tentando entender o grande motivo de não me encontrar com vocês. Procuro no nosso passado onde foi que aprendemos a nos tolerar e só. Fomos juntos desde que nasci então por que eu não sou igual? E se sou igual por que eu não vejo isso? Porque é assim que eu sinto sobre tudo que nos envolve. Vocês e vocês, eu e eu. Eu fingindo concordar, eu tentando convencer e me deixando ser convencido. Sempre sinto que o egoísmo é meu e que a imcompreensão é minha, mas deus, eu tento. Eu tenho quase certeza que tento.

Enxergo a felicidade com vocês. Enxergo um futuro com vocês. Enxergo toda a minha vida, mas sempre falta algo. Quero gritar, quero gritar e expor e gritar e me livrar disso. É meu cancer é meu problema é a droga da minha vida. Porque até mesmo minha felicidade carrega sua dose de histeria e esquizofrenia e raiva. Porque eu não sei o que quero e não vejo isso nem mesmo dentro dos meus desejos.

Mas talvez longe as coisas melhorem. De repente longe eu só sinta o peso aos finais de semana. Troque essas coisas ruins pela Saudade, conhecida e doce companheira. Porque de vocês talvez eu já nem queira mais essa vivência frequente. Porque talvez de vocês eu queria sentir um pouco de falta. Ou talvez não.

Todo sistema é corruptível. Todo ser tem seu preço.

E sempre parar no mesmo lugar quando tento me encontrar. Vejo esses problemas na minha raça só pra tentar não reconhece-los em mim. Ajo como o traidor da espécie, mas só porque talvez seja a minha espécie que me rejeite e não o contrário. Encher minha cabeça com considerações, razões e falta delas pra desviar do meu verdadeiro assunto.

Preciso reaprender a ter um foco. Reaprender é simpatia. Depois de achar meu foco, acho que poderia acabar tentando aprender a me concentrar nele. Porque aos poucos percebo que no inferno dos outros que são eles mesmos acabam sendo o meu inferno e eu sendo deles. É tudo cíclico.

Vou sempre sendo um vazio estranho. Um ruído. Volto aqui pra ver o que pensava e percebo que ainda penso o mesmo. É tudo cíclico. É tudo fumaça queimando em apocalipse. E esse sou eu desde que penso que não sou nada. É claro o quanto não mudo com minhas revoluções. Elas acontecem pelo óbvio de me transformar em mim mesmo. Era ontem era hoje era amanhã. Sou.

E sendo assim, talvez você também seja. Talvez todos sejamos. Sejamos o que fomos em outras terras tempos e vidas e o que seremos em outras móleculas eletróns e ligações. Ser ou não ser, foda-se a questão. Por que você não o é. Você é. Talvez você nunca tenha sido. Mas quem vai saber. Você vai sempre parar no mesmo lugar e do meu lado.

Porque nos simplismente não sabemos baby. É pra sempre sem nada ser ter saber. É pra nunca pra não viver morrer. É queimando e lavando e acordando. É só gente com mal-hálito, esperando a morte e esperando o filho. É só bicho fedido seguindo o instinto. É só a nossa raça. É só a nossa espécie. É você, só sozinho solitário.

Então só te tenho nos meus sonhos.

Era eu, você. E outros. Mas tudo tava ok. Você estava comigo.

Eu não sou simpático. Não. Sou dissimulado. É bem diferente. Posso até convencer com meu sorriso, posso parecer interessado na sua conversa, mas acredite quando eu digo que não estou sendo simpático.

Finjo que acredito no que você diz porque a minha vontade de discutir com você é quase nula e o meu prazer em te conhecer não existe. Aliás, só existe em plano social. No plano onde você é necessário(a) para uma boa convivência. E hipocrisia ou não, eu não sou obrigado a gostar de ninguém, mas também não posso me excluir do mundo. Então finjo que sou legal.

Não estou te usando. Te usar seria diferente também. Te uso quando tenho interesses além do bom relacionamento envolvido.

E também não venha me dizer que eu sou arrogante. Porque pode ser hipocrisia minha fingir que sou simpático, mas é hipocrisia sua achar que todo mundo te ama.

Olhe para o mundo. Se as pessoas não fingem que se suportam tudo que nos resta é o caos. Então companheiro(a) de espaço, se somos obrigados a existir comumente, que seja numa situação de agrado recíproco.

Só não abuse da minha simpatia. Certo?

Eu tinha uma vida, eu podia me reconhecer. Mas o que sou agora? Por favor me diga. Eu estava satisfeito das minhas dúvidas e agora você encheu elas de perguntas. Eu podia respirar e hoje mal posso me levantar da cama. Durmo o mais que posso porque de repente lá eu fique longe o suficiente. Eu não suporto essa situação. Por que insisto em querer, em esperar, mas o que?

Estou afundando nas mesmas coisas de sempre, mas isso nunca me pareceu tão amargo. Escrever e apagar. Sorrir e não ter motivos. Às vezes, só não enxergo nada a minha frente.

E que por hoje fique assim... --'

Não posso mais esperar você. Não procuro por uma substituta e nem desisti de te ter pra mim, mas não posso continuar assim. VOcê me consome e eu me sinto doente. Preciso do meu ar de volta, da minha vida, do meu pensamento claro. Canso de tentar o que não consigo. Mas preciso me afastar.

Esperar ligações, e-mails, mensagens. Esperar uma resposta, um alerta, uma foto. Estou fraco. Quero tanto você que esqueci de mim.

Por favor, não ache que estou te deixando. Como acho que já disse não conseguiria. Só quero voltar a viver. Voltar a me reconhecer. Eu estava bem. Agora eu estou melhor, mas sem você não parece.

Mas é você pra sempre. Só não esqueça disso.
Me odeiopor cada palavra, cada segundo perdido.

Um dia, questionado sobre o quanto ela me amava, já não soube responder. Decidi então questioná-la. Se alguém poderia me dar esse tipo de resposta, não haveria ninguém melhor que a própria. Feita a pergunta, matada foi a curiosidade: "Não. Mas o que fazemos é legal." E como numa via de mão dupla, fui atingido por uma antítese, ou qualquer uma destas figuras de linguagem que relatem o quão contrário pode ser um momento. Nao queria aceitar tão fria resposta e não podia deixar de sentir alívio.

Então concordei. É, o que fazemos é legal.

Tempos depois, cansado de fazer as coisas legais que faziamos, me enjoei dela e já que coisas legais não são amor, decidi trocá-la. Não amaria mais um brinquedo do que amei-a. Decidi então que era melhor que ela soubesse, assim teria tempo suficiente pra arranjar outro passatempo. Chamei-a. Fizemos coisas legais e eu então disse: "Baby, já não há mais graça nisso.". E parece que toda a graça acabou.

Ela negou. Disse que me amava.

Ousou dizer que eu brinquei com ela. Que aproveitei de seus sentimentos, de sua infância, de seu platonismo. Que usei minhas piadas. Que inventei coisas legais para satisfazer meus próprios desejos. Ora, sempre achei que tivessemos algo. Sempre achei que você me tinha como sua. Sempre achei que você era meu.

E era. Eu era seu, enquanto amor.

Mas você sim quis jogar. Coisas legais cansam e me cansei de você querida. Neste momento, estou afim de achar alguém que eu possa amar, achar alguém com quem eu possa sofrer. Realmente, fizemos tantas coisas legais, mas baby, não gosto de repetir piadas. Pare de chorar, toda partida uma hora acaba. Você não gozou por tempo suficiente?

E com isso sai rindo. De todas as piadas, aquela foi a mais engraçada.

O que me tornei?
Meu mais amável amigo
Todos que conheço
Acabam indo embora
Você podia ter tudo isso
Meu império de sujeira
Vou te decepcionar
Vou te fazer sofrer
Trent Reznor

Ando fugindo daqui. Ando correndo dos meus pensamentos, tentando deixá-los adormecidos, pelo menos enquanto conseguir evitá-los. Não que eles tenham mudado muito, ou que tenham sumido. Só não quero e não sei se posso lutar com meus monstros agora... mas eles continuam vivos. Acho que me deram um tempo. Ou em venci mesmo uma das batalhas e eles preparam uma revanche. Mas nenhum desses é o ponto.

O ponto é que eu simplesmente não quero sentir, ouvir, falar. E além de não querer também não posso. O tempo não anda propício pras minhas lamentações e dos meus amores ando cansado mais que nunca. Por isso, se posso tirar algo bom desse tempo é o silêncio...

E como é bom tentar calar a minha mente.
Sem chá por hoje.


"— Todos os seus livros valiosos têm histórias semelhantes? — perguntou Eddie. —
Quer dizer, alguma espécie de coincidência os torna valiosos, e não apenas os textos em si?
Tower riu.

— Meu rapaz, a maioria das pessoas que coleciona livros raros nem chega a abrir
suas aquisições. Abrir e fechar um livro danifica a lombada. Daí prejudica o preço de revenda.

— Isso não lhe parece um comportamento meio doentio?

— De jeito nenhum — disse Tower, mas um rubor denunciador lhe subiu pela face.
Parecia que parte dele concordava com Eddie. — Se um cliente gasta 8 mil dólares numa
primeira edição assinada do Tess dos D’Urbevilles, de Hardy, faz perfeito sentido pôr o livro
num lugar seguro, onde possa ser admirado mas não tocado. Se o cara quiser realmente
ler a história, que compre uma brochura da Vintage.

— Você acredita nisso — disse Eddie, fascinado. — Você acredita mesmo nisso.

— Bem... sim. Os livros podem ser objetos de grande valor. Esse valor é criado de
várias formas. Às vezes, basta a assinatura do autor para criá-lo. Outras, como neste caso, é
um erro de tipografia. Às vezes é uma primeira impressão, primeira edição, extremamente
pequena. E alguma coisa disso tem a ver com o motivo que o trouxe aqui, Sr. Dean? É sobre
isso que queria... confabular?

— Não, acho que não."

Eddie Dean e Calvin Tower em A Torre Negra V - Lobos de Calla.
Mas lá no fundo, sou eu pensando na minha obsessão.

Queria ser só um louco que te liga de vez em quando. Aquela espécie de louco que faz você pensar em trocar o número do celular, que faz você pensar no porquê de um dia vocês terem ficado juntos. Ser o tipo de louco que te vigia da esquina. Aquele louco que você queria muito que morresse ou que fosse internado. Mas não sou... e pior ainda que isso é que você também sabe que não. E você não me quer morto, nem internado. Você me quer só assim, como deve ser. E é isso que torna as coisas mais complicadas. É mais fácil aceitar a sua recusa do que acreditar que não podemos. De novo, não podemos.

E não preciso nem das sua voz, nem das suas risadas. Minha loucura grita pela sua pele, pela sua mão suada. Pelo seu cabelo (des)arrumado. Só queria sua presença. Hora errada pra esse tipo de drama...

In The End
Scott Matthews

We all bear the scars.
Yes, we all fail in love.
We all sigh in the dark;
get cut off before we start.

And as the first act begins,
you realize they're all waiting
for a fall, for a flaw,
for the end.

There's a path stained with tears,
could you talk to quiet my fears?
Could you pull me aside,
just to acknowledge that I've tried?

And as your last breath begins,
contently take it in,
because we all get it in
the end.

And as your last breath begins,
you find your demon's your best friend.
And we all get it in
the end.


CLIQUE

Ela só falou que amar não valia a pena
Ela disse que não acreditava em amor
Ela avisou que não queria nada sério
Ela apagou as lacunas em que ele estava

Quem é cruel agora?

Ele disse que amava
Ele disse que podia morrer num sorriso
Ele fez o pedido
Ele escreveu pra tentar não esquecer.

Quem é o bobo agora?

Eles sorriram um pro outro
Eles se destruiram
Eles correram no meio das pessoas
Eles tentaram ser feliz.

Quem está mentindo agora?

Os outros disseram que não daria
Os outros invejaram
Os outros simplesmente foram outros(as)
Outros foram o inferno.

Quem pode ser culpado?

Eu fiquei aqui olhando.
Eu vi minha face no espelho.
Eu sorri pra tentar negar.
Eu não fiz nada.

Quem faria diferente?

Sempre fui o tipo de cara que não era a segurança. Fui aquele que preferia não agir, não gritar. Fui quem deixou de se importar pra simplesmente poder passar em cinza pelos lugares. Andei pelas ruas tentando me esconder até do vento. Não acreditei em mim, nos meus sonhos. Pisei nas minhas ilusões pra poder imaginar um mundo de casas de cera. Coloquei meu capuz e me arrastei por calçadas tentando não chamar atenção. Fingi risos e discuti sobre outras opiniões que não as minhas. Fiquei sentado vendo meus filmes esperando o mundo lá fora correr, girar, explodir e levar todos dele. Li meus livros porque neles a história não era a minha. Escutei minhas musicas baixinho porque preferi que ninguém procurasse daonde aquele som vinha. Tomava meu banho, me deitava e via o teto. Ali era o lugar mais seguro. Na minha jaula, era só eu. Nos meus desenhos, colocava todo o grafite que injetei em meu sangue. Todo o preto. Não tratavasse de viver. Tratavasse de não morrer. Não podia acreditar nas minhas próprias mentiras, não podia me concretizar em não existir. Nas garrafas e cigarros jogados pela sala, via a vastidão do meu próprio minimalismo. Eu não era. Eu não tinha. O sabor insosso de lugares, prédios. O gostar da sensação de não sentir. A distância de tudo. Então, um dia você me notou.

E eu percebi que fugia à toa.

Percebo que dei um jeito de me livrar de todo mundo que chegou muito perto. Afastei todas as pessoas que ousaram tentar se aproximar daquilo que insisto em guardar bem fundo. Não foi de uma forma espontânea, nem de um jeito proposital. Simplesmente aconteceu. Subconscientemente, deixei todas elas no meio do caminho e segui. Não tive coragem de me deixar ser e estar...

Sinto sua falta mais do que gostaria. Achei que não era assim. Achei que algumas coisas seriam facéis, que tudo era brincadeira. Tive medo de sermos. E agora que não tenho mais, pago com as noites de sono que tirei de você, com as horas que deixei você olhando minhas fotos, com as músicas que tanto toquei em sua mente, com as palavras que tanto nos falamos.

E quanto mais eu tento te afastar como afastei todas as outras, mais percebo o quão díficil e rídiculo isso pode ser. O quão rídiculo eu posso ser. Escreveria um livro sobre você. Porque o modo como você invade meus sonhos e meus pensamentos, me diz exatamente tudo que eu precisava saber antes, mas descobri tarde demais.

Será que realmente teremos (e seremos em) um tempo?

É só que às vezes bate uma saudades tão forte. Um aperto no coração, seguido de um nó na garganta e uma vontade de abraçar, de gritar. Às vezes, só é mais forte que eu, manter isso longe de mim. E saudades não é algo íncrivel. Não é um sentimento desses que você só sente muito de vez em quando. A saudade, a falta, são tão comuns ao ser, tão necessárias. Mas isso não a torna mais fácil. Queria poder correr pra tudo aquilo que tenho saudades. Dos momentos em que pude rir infantilmente, dos dias que pude brincar na terra sem me preocupar com minhas unhas sujas ou com minha roupa, das vezes que pude correr, correr, correr e só sentir o vento. Queria poder ir atrás das conversas, dos risos, das mesas e dos sofás que dividi. Queria poder dormir em um abraço de novo. Queria poder sentir que tudo no mundo estava bem com um beijo. Queria simplesmente deitar e dormir, sem ter que pensar em todas as coisas que me esperam do outro lado. Ninguém morre de saudades. Talvez (com certeza) se morra de amor. Mas não só de saudades.

Aprender a deixar todas as coisas que amei/amo no passado é díficil. Necessário. Mas esquecê-las não. Se posso, vou levá-las comigo. Pelos anos. Pelas vidas. Não me arrependerei de chorar por elas, ou de rir com elas. Porque sempre valeu a pena.

É sempre uma história complicada. Mas não quero mais me arrepender por não fazer, por sentir. Deixar mais ninguém fugir da minha vida como água escorrendo na pia. A vida não é como queremos. E talvez nunca seja.

E só.

E uma vida inteira pra me devorar
É o que dizia a música.
Mas sabemos, que precisamos de pouco tempo.
Precisamos de uma hora, um dia.
Um minuto.
Porque aquilo que nos gruda
É a mais pura e insana luxúria.
Nunca tentamos ser o par bonito
O casal feliz.
E é só por isso que fomos incrivelmente bem
Em todos os pontos que quisemos.
Ah, nem finja que me ama.
Porque tudo que eu amo em você,
Acaba bem antes do nosso amor.
E sei que a gente concorda nisso...
Então que a pele diga por si própria
E que aquilo que os outros repudiam
Guie-nos pelo caminhos mais rídiculo
E perigoso.
A gente nunca quis falar de amor mesmo.

Sou o responsável pelos meus problemas. Procuro as respostar, pelas perguntas que eu mesmo inseri em minhas ideias. Não é algo que faço de propósito, não fico buscando atenção com meus recalques, mistérios e devaneios. Só que eles existem e me atrapalham.

Também me irrita o fato de querer o que não posso ter, de me apaixonar pelas erotizações platônicas, de gostar das flores que estão murchando, das palavras que estão sendo esquecidas, dos olhares que não existem. Perdoem-me pela repetição, mas isso é outra coisa que me irrita.

Eu mejogo nos rídiculos ciclos viciosos de alguém que não tem muito com o que se preocupar. E eu tenho com o que me preocupar. Eu tenho com quem, com o que, com quando, com tudo que me preocupar. Somente assim como você. Por isso não me acho incrivel. Não me acho a última coca com limão e gelo no deserto e nem a pessoa especial no mundo. Mas assim como você, acho os meus problemas maiores do que de qualquer outro.

Sabia que a Usurpadora sofreu uma tentativa de assassinato?
Fui.

Eu não posso mais pensar em você
Já não quero mais
E não vou.
Deixei você me dominar por tanto tempo
Que esqueci que tenho forças pra mudar.
A partir de hoje te ponho em seu lugar
Deixo você no passado
E que o mofo dos anos tratem de te levar.
Ora, eu que quis tanto te ter aqui,
Hoje já nao posso suportar o tempo que perdi.
Voe, voe, o mais longe que puder
Porque já não te quero ao meu lado.
Te tiro dos meus sonhos.
Te exorcizo dos meus desejos
Liberto minha alma de teu fantasma.
Ah menina, se soubesses o quanto amei.
Mas agora passou, ou não,
Mas te deixo ir.
Mágoas nem ressentimentos restam,
E nem você resta mais.
Porque deste bom mal estou me afastando,
E espero que faças o mesmo.

É, eu não sei amar. Mas não é um saber qualquer, inconstante. É um não-saber por não querer. É uma falta de paciência e uma falta de coragem absurda. E falta de coragem é medo. Mas é bem assim mesmo, tenho medo de amar. E isso é sinceridade. Podia falar que amei tantas mais que não conseguiria listá-las. Podia falar que amo meus cachorros e minha mãe, mas esses amores são tão profundos em você, que deles a superfície é lisa e fácil de cuidar. Mas tenho medo de amores aleatórios. E o medo não me deixa aprender as coisas que na verdade nem são aprendíveis. São viviveis. Não há teoria que te diga o que vai ser. E eu acho que é essa falta de saber o que vai ser que me impede de tentar descobrir. Ou melhor, que me impede de me entregar aquilo que sinto. Não que eu sinta coisas inexplicáveis, inabaláveis, arrebatadoras e destruídoras. Mas apesar de todo o gelo que guardei pra me manter frio, eu sinto. E não saber o que fazer com isso não é uma dor. Mas é uma farpa no meio dos pensamentos. E farpas incomodam, inflamam, podem causar gangrena e acabam necessitando de amputação. Então, eu imploro. O ser mais arrogante, mais chato, mais egoísta e menos preocupado do mundo, abaixa a cabeça e implora: me ajuda a descobrir o que fazer com isso, porque sem você não há razão pra mim tentar aprender e nem motivos para continuar sóbrio. Tenta me ensinar.

O mais díficil
É saber que agora
Não adianta mais eu dizer
Que te encontraria até no inferno
Agora, a distância é ainda maior.
Não adianta mais eu jurar meu amor
Nem adianta eu sonhar,
Eu ligar,
Não adianta eu escrever pra você.
É díficil de entender,
Que agora só o tempo vai nos deixar em paz.
E que eu vou pra sempre tentar te encontrar.
Em outros braços, abraços, olhares.
Em outras brisas, amassos e provocações.
E em pensar que você esteve tão perto.
Só não esqueça.

Porque eu me enxergo totalmente diferente daquilo que vêem em mim.

É estranho, legal e deprimente ao mesmo tempo ver como as pessoas podem acabar sabendo mais de você do que você próprio. Meus problemas e (in)experiências, contados em caretas, sussurros e frieza. Nunca foi minha meta me tornar frio, me tornar tão distante de algo realmente sociável. Não sei se isso me incomoda por mim mesmo, ou se me incomoda por incomodar tanto as outras pessoas. Tento me conhecer e quanto mais tento, mais desconheço. A vida fica tentando sempre me ensinar as lições que eu simplesmente não deveria nem ter que ver de novo.

Fico confuso no meio de momentos que sei lá. Me perco sempre nos meus pensamentos e odeio quando arranham minha tão forçadamente criada (im)perfeição. Não que eu me ache perfeito. Longe disso. É só meu antigo problema com frustração.

E hoje não sai mais nada...

E disseram que meu coração é frígido. Que depois de tanto tempo, ainda não consigo deixar de ser indiferente. Disseram que não só não ligo, como ainda consigo esquecer. E talvez seja verdade.

Me deixa sentar ao seu lado pra sempre
Me deixa te chamar de minha
Me deixa viver de você
Por 100, por mil, por uma eternidade de anos
E se você durar mais que isso
Eu quero poder gritar que te amo ainda assim
Me deixa ser seu
Me deixa existir em um mundo perfeito
Onde eu e você é mais forte que qualquer tempo
Me deixa sonhar os sonhos de alguém apaixonado
Me deixa erotizar nossas conversas
Me deixa ser pra você o quanto você é pra mim
O quanto você sempre será.
Me deixa correr pelo mundo
Espalhando tudo aquilo que acredito
Me deixa voar tão alto
A ponto de não ver mais o chão
Me deixa então tentar te esquecer se não quiser
Me deixa provar que posso ser mais forte.
Porque te amar é tão necessário pra mim
Que deixar você ir, sem me deixar ser nada pra você
Dói mais que morrer nos seus braços.
Então me deixa morrer.

Todo dia
Tenho que vencer um monstro
Vencê-lo dentro de mim mesmo
E me salvar de novo.

Quando eu vou aprender a não ligar tanto assim pros outros? Quando vou aprender a não valorizar quem não merece me ter ao seu redor? Não sei.

Sei que não quero e não posso mais continuar ligando pra muita coisa que eu ligo agora. Não posso continuar encanado com tanta coisa que simplesmente não me acrescenta em merda nenhuma.

Deixar as coisas seguirem seu rumo e aprender que eu não posso ser nem interferir em tudo. A irritação é clássica, mas tudo é superável.

A boa sorte não segue muito bem pro meu lado. Mas quem disse que precisamos de sorte?

Eu não preciso te convencer
Com as minhas convicções
Não preciso que você sinta vergonha
E nem preciso da sua piedade.
Sei como sou
E sei um pouco sobre quem sou.
E sei que não vou mudar pra te fazer feliz.
Pode até ser triste afirmar,
Mas é assim. Não há opção.
Sinceramente,
Eu poderia ser muito,
Mas não tente achar seu príncipe
Quando me ver passando do seu lado,
Não tente encontrar nada além
Daquilo que pode enxergar.
Porque você vai acabar se decepcionando.

Pode levar minha sanidade.
Pode levar tudo o que for necessário,
Pra você ser feliz.
Eu não ligo.
Só não me deixe ao lado de seu mundo
Não me deixe no limbo.
Não me esqueça no bolso do seu jeans surrado.
Você sabe que não pedi
Mais do que o que você prometeu
Existo para ser seu
E não quero e nem acredito no contrário
Já não há essência em minha vida
Que você não tenha aprisionado nos seus olhos
E lábios
E seios
E corpo.
Mas pode levar. Leve o que achar necessário.
Porque afinal, já é tudo seu.

Tinha os trejeitos do pai. O mesmo olho, o mesmo andar, até o mesmo jeito de falar. Chegavam até a pensar igual. Eram tão parecidos, que pareciam tão diferentes. Aos seus próprios olhos, não podiam enchergar-se. Aos próprios ouvidos, berravam para vencer o abismo entre si.

O abismo não surgiu do nada. O que antes era um ou outro buraco no caminho foi crescendo. Cresceu, cresceu, e antes que qualquer um deles pudesse perceber, já se encontravam tão distantes, tão cotidianamente separados, que já não sentiam mais. Eram tão vazios quanto o espaço que existia entre os dois.

Não eram inimigos. Não cravaram brigas férreas, nem levantaram nenhum motim familiar. Não se acusaram com meias verdades, nem se convenceram com falsas mentiras. Mas mesmo assim, também não eram amigos. Compartilhavam a mesa. O sofá. Poderiam compartilhar até mesmo o chão. Mas eram movimentos frios, repetitivos. Estavam exaustos de si próprios.

A mãe era um ser invisível. O filho não via o pai. O pai não via o filho. E nenhum dos dois via mais a mãe. Morrerá ou não, todos tinham suas coisas pra cuidar. E ela, sem importância ou delegância era só mais uma mãe.

Assim eram eles. Sem cor nem odor nem papel nem conhecimento. Existiam pelo simples motivo de respirarem. Eram tão clichês e tão fascinantes quanto qualquer outro alguém. Tinham seus ganhos, suas perdas. Não tinham nada. Não tinham nem um ao outro. Eram máquinas tão sedentas por desejos-vãs que já não eram coisa alguma.

Por não se perceberem, o pai não viu o filho barbado. O filho não viu o pai irritado. Os dois não se viram em momentos estragados. Por não se perceberem, um dia o filho acordou e o pai não. No outro dia o filho acordou, mas o pai continuava dormindo. E no outro, e no outro e no outro, o pai continuou dormindo.

Quando o filho deu por si, seu pai já havia morrido. Mas nessa história todos têm suas coisas pra fazer...



Já não há dor em não sentir.

Estou cansado. De novo. Cansado de ser alguém que não existe. Cansado de usar a pele de legal, de chato. De ser algo que parece bom. Cheio de buscar palavras refinadas pra explicar as coisas mais podres.

Destilando perversões em vidros de perfumes. Fobias em pétalas de rosas. Não sou eu e você ainda teima em acreditar. Porque esse eu não existe. Mas ele se cansa.

Sou um poço fundo, que alguém fechou e cobriu com qualquer coisa pura. Sou um cemitério de ideias e pensamentos enterrados onde alguém construiu um enorme condomínio. Sou o açúcar envenenado que alguém serviu em um momento de ignorância. E pior, alguém aceitou em um momento de ignorância maior.

No frio é só uma casca quente. Posso ceder calor. Posso fazer muito. Mas no fundo, bem no fundo, é só vazio. E frio. E qualquer casca pode quebrar. E quando quebra, ah, quando quebra não dá pra consertar. Você não pode juntar todos os caquinhos. Se juntar, não pode colocá-los no lugar. E se colocá-los no lugar, você nunca vai esconder as marcas.

Isso é triste? Talvez. Depende o ponto de vista. Talvez seja uma visão apocalítica. Ou só caótica. Mas será que não é verdade? Você gosta do escuro? Tem medo?

É, acho que eu também.

//momento alucinado//

E o que eu estou fazendo da minha vida? Até onde vou procurar e o que vou achar?
Por que procuro?

Não é amor.
É só, sei lá,
Algo fútil.
Amo a ideia de ser melhor.
Amo a ideia de poder ser mais.
É egoísmo.
É egocentrismo.
E daí?
Não é nada,
Além de mim.
É só algo turvo.
Desconexo.
Nem interessante chega a ser,
Mas é engraçado.
E talvez até seja amor.
Só que rir é mais legal!

Deixo a insanidade invadir meus sonhos
Deixo eles serem poluídos
E destruidos
Deixo de pensar neles
E deixo de vivê-los
Gosto da ideia de não tê-los
Mas eles sempre me acordam a noite
Por mais que eu fuja,
Eles sempre aparecem
E sempre voltam
E sempre sussurram meu nome.
Na madrugada são eles que ditam as regras,
Quando acordo
É por eles que me levanto
São meus sonhos.
Atormentados, psicóticos.
Sonho em ver-te nos meus braços
Sonho em tê-la deitada ao meu lado.
Sonho em ser alguém.
Sonho com o dia que não precisarei sonhar.
Sonho com a morte que virá para a acabar.
São sonhos. Apenas sonhos.
E são eles que me pedem pra existir.

Exista comigo ?

Não queria falar do filme em específico. Mas acho que não tem como. Então, se soar genérico ou forçado, não se esforce em terminar de ler. Vá para o próximo, ou procure algum blog melhor... (Y)

Quantos vencedores você conhece? Quantas Sara's Goldfarb existem? De que tamanho o vazio pode se espalhar? Perder o marido, o filho. Encontrar a solidão. Ser cobrada pela sociedade a entrar em um vestido que dez anos atrás era apertado e que hoje é um tormento. Ficar velha e descobrir que é tão sozinha quanta uma estrela qualquer. Perceber que deixa que seus dias passem em frente a TV e que a morte senta do lado. Se apegar a promessa de um dia (mas que dia?) estará do outro lado. Poder mostrar ao mundo seu Harold bem-sucedido. Poder contar ao mundo como seu marido era bom. Poder sentar no melhor lugar ao sol. "Oh, eu me sento no melhor lugar...". Se entregar a uma dieta para passar a carinha boa. Quanto mais posso aguentar? Quando mais posso parecer? Abraçar seu filho e não conseguir diminuir a distância entre vocês. Olhar nos olhos de estranhos e encontrar a pena. Derramar lágrimas de desespero enquanto é engolida pela geladeira. Ter seu cérebro fritado por eletricidade, na tentativa de se reencontrar. Na tentativa de estar vazio novamente.

Somos tão vazios e tão desesperados quanto qualquer Sara Goldfarb. Procuramos um sentido para acordar de manhã. Um motivo para lavar os copos e varrer o chão. Uma razão para sair de casa e sorrir. Tentamos abraçar nossos filhos. Desejamos nossos netos. Juice by, juice by, juice by... Somos tão destruídos quanto qualquer Harold. Todos temos nossas gangrenas. Nossos vícios. Somos tão ralos quanto qualquer Marion, abaixando a cabeça, "ass to ass", todos os dias, vendidos pelo carinho, pelo pó, pelo nada de alguém. Tão carentes quanto qualquer Ty, buscando abraços em braços estranhos, tentando lembrar dos rostos de nossos pais. "Você não precisa chegar lá... você só precisa amar sua mãe, Ty.".

Doces sonhos são feitos disso. São feitos das esperanças que guardamos em detalhes. Da confiança que aplicamos em nós mesmos. De degradação. Sim... "E agora o que vai ser?". "- Harry... pode vir hoje?". Doces sonhos são feitos de nós mesmos. São feitos daquilo que nos permite ir mais e mais fundo. Daquilo que nos deixa afundar e que nos dá força para tentar continuar. Daquilo que nos faz olhar pra frente. Daquilo que nos faz querer viver. E que nos faz querer acordar de manhã. E que nos faz nós mesmos.

Não são 3 coisas que mudam nossas vidas. Não é a carne que te torna mais completo, nem a ausência dela. Não é o açúcar. Não é nem mesmo a heroína, a cocaína ou a maconha. Mas poucas podem destruir. Pouquissimas são necessárias pra isso. Pra enterrar nossos sonhos. Pra desistir...

Queria ter visto "Réquiem para um Sonho" antes. E queria saber expor melhor minhas ideias. Quem sabe...

Doces sonhos!

E tudo que resta é um momento de saudade. Lágrimas e etc. Mas nada resume a quantidade de informação, de conhecimento e de carinho que recebi.

Aprendi muita coisa. Aprendi a ser melhor. Aprendi a ser pior. Aprendi a ser mais eu e deixar de ligar para o que tanta gente pensa. Aprendi a gostar e de certa forma aprendi a amar. Aprendi tanto, que às vezes até ensinei. Aprendi a respeitar.

Compartilhei minhas angústias, minhas alegrias, e me entreguei.

Hoje acabou. E esse parece mais um papo brega de formatura. Mas papos bregas são o que restam depois de tanta... emoção... kk.

Hoje, parece que finalmente deixo de lado um eu. Deixo morrer um mim, para que outro possa nascer. Deixo tudo o que um era, deixo pra levar as histórias e aquilo que realmente vale a pena.

Deixei de um amor, deixei da escola e deixei do trabalho. Deixo junto com estes o menino e percebo que agora a vida tem que ser encarada de frente. E por pior que pareça, é bom.

As lágrimas do menino assustado, um dia serão a glória de um homem forte. E se não forem, no mínimo serão as marcas que me farão humano.

Porque isso é a vida. É deixar e correr atrás. É conhecer o novo, para guardar o velho. É crescer constantemente. E chorar. E sorrir. E chingar. E além de tudo abraçar.

Nessa mudança de fases, hoje realmente posso olhar e enchergar que junto com tudo que vai ficar "pra trás", fica também aquilo que eu ainda chamo de infância.

Que venham os novos desafios, que venha meu novo eu mesmo.

E que sejamos felizes. Porque no final, pra sempre é mesmo sempre por um triz.

E eu só tenho a agradecer.

Novas fases começam. Agora realmente deixo de lado tudo que me prendia ao meu antigo mundo.

Deixei a escola, deixei os amores, deixei o emprego. Trouxe comigo só os amigos. E só aqueles que me parecem reais.

Saudades é algo natural. Só de pensar já dói. Mas vai ser melhor assim.

Começar do zero. Ou melhor, recomeçar de onde parou.

Vamos em frente.

Conversas esquizofrênicas.

E é assim que o mundo não pára...

E que falta vai fazer um abraço?
Que falta vai fazer seu olhar de desaprovação?
Quanto vou sentir falta do seu sorriso a me encarar?
Alguém me diz quão díficil vai ser sem ver você quando chegar em casa.
Alguém me conta como será ver nossas fotos e não poder rir ao seu lado.
E quem vai me ouvir falar agora?
Quem vai enxugar minhas lágrimas?
Quem vai me ensinar o melhor?
Me diz porque a vida é assim?
E me ajuda a entender porque não te tenho mais na minha.
Parte sem dizer adeus. Agora e pra sempre.
Como é lidar com sua falta?
Você disse que estaria do meu lado.
Você pediu que eu me tornasse alguém.
E cadê você?
Nada vai substituir. E nada vai tornar isso melhor.
Só espero te encontrar de novo.
E poder ver seu sorriso.
E sentir seu cabelo.
E dormir no seu abraço...

Fico tentando me convencer

De que tá tudo bem
Te buscando em outros hálitos.
Mas nada se compara a você.
Porque é você que me dá motivos pra sorrir.
É só com você que eu esperaria a morte
E feliz.
É você quem eu quero pra sempre do meu lado.
Enquanto durar.
E isso me corrói.
Você me consome.
Volte.

Vou te perder pelos motivos mais idiotas e egoístas do mundo. Vou te perder porque tenho medo do que posso sentir. Vou perder porque não sei retribuir o que recebo. Não sei amar. E não compreendo nenhuma maneira de ser amado. Você está onde está há um bom tempo. Tão dentro de mim, que eu não quero tirar. E essa parte que você tomou, vai ficar vazia. Nela vou guardar o ouro do teu nome. Se é assim mesmo. É lá onde vai ficar.

Odeio não saber como agir. Nem querer agir sem saber. Desculpa pela falta de força. Pela falta de interesse talvez. Mas você me fez, me faz e me fará melhor. Sou um idiota e talvez devesse admitir isso mais vezes. Vezes suficientes para fazer os outros acreditarem.

Não posso acreditar e não quero admitir. Não quero deixar...

Só fale comigo!

E o que eu posso fazer?
Se te coloquei tão fundo em mim
Que agora não posso tirar.
Odeio admitir,
Mas já não sei mais viver assim.
São meus braços ao seu redor,
Meu hálito no seu pescoço.
E é tudo tão seu,
Que nem sei o que é mais meu.
Porque é assim,
É assim que acontece.
Sua voz na minha cabeça,
Suas palavras nos meus textos.
Você em mim.
A razão tenta me dizer que não.
Mas já nem sei se consigo argumentar.
Me ligue no final do dia,
Não me abstenha.

Aquele do fim de ano...

E você tem outra chance, baby. São mais 365 dias, talvez menos, mas é mais um ano pra você. Mudar, continuar o mesmo. Tentar. É o mesmo do mesmo, mas pode ser muito de nada daquilo que houve. Estranho ou não você tem outro ano.

Você não vai nascer de novo a meia-noite. Você não vai cumprir suas promessas e vai continuar a olhar as horas passando sem saber o que está fazendo. Mas talvez não. Então espero que não te falte coragem. Pra mudar se achar que deve, pra continuar se escolher assim.

Amanhã é outro dia, é outro ano, mas o ser que vai levantar da cama ainda é você. Sofra se tiver que sofrer, mas realmente, se você puder, só dê risadas. Mesmo que seja uma.

Se puder também queria que você lesse. E se não quiser ler, queime seu capítulo preferido daquele livro que você não gosta tanto assim. Aconselho você a convidar alguns amigos pra isso. Mas talvez você precise fazer isso sozinho. Então faça.

Não queira começar o ano amando e não guarde todo seu otimismo pra esse dia. Espero que você acorde pessimista e não fique puto por isso. É melhor se surpreender a se decepcionar. E otimismo é um tanto brega.

Lembre que começa uma nova década, o que significa que mais do que você espera vai mudar. Então tomara que você beba a isso e tomara que veja muito do belo e sublime.

Se o ano parecer chato ligue o foda-se. Você não é obrigado a aguentar tudo o tempo todo e por isso mesmo deve deitar no sofá de vez em quando.

Mas do que tudo isso, é melhor você não fazer nada do que eu disse aqui. Mais do que procurar receitas pra tentar ser feliz, é deixar de tentar ser feliz, deixar de tentar ser qualquer coisa e simplesmente não ser.

Apesar de tudo, que você tenha um bom último ano. E que depois de 2012 a gente se encontre num lugar melhor. Seja no meu inferno, ou no seu céu. Mas que seja um encontro...

O de sempre.

Eu costumava ter alguém pra falar de mim. Ter alguém pra falar das cooisas que penso e daquilo que não imagino. Costumava ver isso do meu lado e podia ser quase que totalmente. Eu costumava tentar ser quase totalmente. Mas eu me acostumo a muita coisa. E de algumas poucas, acabo me adaptando errado. Então peguei e deixei esse alguém. E fiz bem, porque estou bem agora. Não bem, bem, mas bem, quem está bem?

E sabe, eu também achei por um tempo que eu era plenamente auto-suficiente. Achei que todo tempo com alguém era um tempo a menos comigo. E me adequei tanto a só ter tempos comigos que fui deixando todo mundo com seus próprios tempos... mas fiquei sozinho. E puta, quando fiquei sozinho tive tanto tempo pra mim, que mim sentiu saudade do eu com os outros. Sentiu saudade daqueles momentos. Que droga...

Porque eu costumava não me criar problemas. Ah eu era tão bom nisso que meus pais teriam medo do meu poder de desvio, de ilusão, de inexistência. E por não criá-los acabei com aqueles que inventaram pra mim. Mas não culpo os outros. Aquele que se fechou no seu mundo, quando conseguiu voltar pro mundo alheio sofreu pra se adaptar. Não se adaptou, morreu. Bem assim mesmo.

E hoje fico com saudades. Fico de novo com saudades. E não é saudade dela. É saudade de tudo. Sinto saudades de cada riso que dei nos meus anos anteriores, sinto saudade de poder ser vento, de poder não ser nada. Saudade de sentar no chão, de deitar na água. Ah, como eu sinto saudades de poder ficar bravo com meus compromissos, de poder querer voltar pra casa, de não querer ir e não querer estar, de querer correr, beber, comer. Saudades de momentos em que me surpreendia com o mundo, saudades que pessoas que me surpreendiam só por existir, saudades de músicas que me faziam rir e chorar. Eu tenho saudades de poder chorar. Saudades de quando não me sentia seco, insensível, amargurado, de quando eu não sentia prazer em ser chato, em ser ruim, de quando meu prazer vinha de coisas prazerosas. Saudades de quando eu era mais humano, saudades de momentos que não precisei apagar pra me manter adequadamente sano, ai que saudades sinto da minha inocência. Que saudades sinto de ser enganado e não sofrer, aquela saudades de quando eu não tinha um coração embrulhado apertado demais e quando sentia ele bater livremente. Saudades de não ter, não querer e deixar que pessoas chegassem e saissem da minha vida de acordo com o que podiamos nos dar naquele momento. Porque eu sinto uma saudades louca de morrer todo dia e acordar de manhã sem querer ver o sol, eu sinto uma saudades desgraçada de não ser eu, uma saudades doentia de não querer ser alguém, ah aquela saudades dos banhos maltomados na chuva e do barro grudado na minha unha, saudades de ser tão raquítico que precisava de pregas nas minhas calças e saudades das minhas roupas com velcro e elásticos, saudades de quando odiava ser criança e saudades de quando odiei começar a ser adulto. Saudades bobas de encontrar quem eu amo no onibus e saudades de quando não amava ninguém pra encontrar. Tenho tantas saudades, que sinto saudades das fontes que deixei de usar, das histórias que não li e de momentos que só fingi viver. Sinto saudades de quando acreditava em mudanças, saudades de quando não acreditava em nada. Eu sinto saudades.

Eu não sinto nada; ah eu nem sou.
E eu realmente quero ir embora. Não quero mais ouvir suas reclamações sobre dinheiro, sobre conduta, sobre vocês. Não quero mais fingir ser. Vocês teriam medo de mim e por isso é melhor que só vejam aquilo que agrada seus olhos. Crueldades a parte, mas é assim mesmo. Vocês não me conhecem e a parte que veem é tão pequena e limitada que eu rio internamente. Sabe, amo vocês realmente e queria muito ver que temos outras coisas em comum, mas não sinto a verdade nisso. Não acho que elas existam. Porque cresci diferente talvez. Porque sou estranho e vocês me são estranhos. Não sei. Mas é só que eu quero ser. Ser qualquer coisa.

Não sentir mais esse peso em mim, não sentir mais esse farpo no peito. É sempre assim quando vejo que por melhor que esteja e por mais que eu esqueça esses empecilhos estão sempre nas minhas expressões e no jeito que eu falo com vocês. Não sintam vergonha, culpa ou arrependimento. Talvez eu só tenha mesmo feito minhas decisões sozinhos e decidi não ser vocês. E isso é uma bosta. É um puta saco. Porque quando decidimos não nos encaixar decidimos ser destruídos de todas as formas possíveis.

Eu sinto o vento em minha pele e fico tentando entender o grande motivo de não me encontrar com vocês. Procuro no nosso passado onde foi que aprendemos a nos tolerar e só. Fomos juntos desde que nasci então por que eu não sou igual? E se sou igual por que eu não vejo isso? Porque é assim que eu sinto sobre tudo que nos envolve. Vocês e vocês, eu e eu. Eu fingindo concordar, eu tentando convencer e me deixando ser convencido. Sempre sinto que o egoísmo é meu e que a imcompreensão é minha, mas deus, eu tento. Eu tenho quase certeza que tento.

Enxergo a felicidade com vocês. Enxergo um futuro com vocês. Enxergo toda a minha vida, mas sempre falta algo. Quero gritar, quero gritar e expor e gritar e me livrar disso. É meu cancer é meu problema é a droga da minha vida. Porque até mesmo minha felicidade carrega sua dose de histeria e esquizofrenia e raiva. Porque eu não sei o que quero e não vejo isso nem mesmo dentro dos meus desejos.

Mas talvez longe as coisas melhorem. De repente longe eu só sinta o peso aos finais de semana. Troque essas coisas ruins pela Saudade, conhecida e doce companheira. Porque de vocês talvez eu já nem queira mais essa vivência frequente. Porque talvez de vocês eu queria sentir um pouco de falta. Ou talvez não.
Todo sistema é corruptível. Todo ser tem seu preço.

ir voltar voltar ir voltar chegar ir voltar ir ir ...

E sempre parar no mesmo lugar quando tento me encontrar. Vejo esses problemas na minha raça só pra tentar não reconhece-los em mim. Ajo como o traidor da espécie, mas só porque talvez seja a minha espécie que me rejeite e não o contrário. Encher minha cabeça com considerações, razões e falta delas pra desviar do meu verdadeiro assunto.

Preciso reaprender a ter um foco. Reaprender é simpatia. Depois de achar meu foco, acho que poderia acabar tentando aprender a me concentrar nele. Porque aos poucos percebo que no inferno dos outros que são eles mesmos acabam sendo o meu inferno e eu sendo deles. É tudo cíclico.

Vou sempre sendo um vazio estranho. Um ruído. Volto aqui pra ver o que pensava e percebo que ainda penso o mesmo. É tudo cíclico. É tudo fumaça queimando em apocalipse. E esse sou eu desde que penso que não sou nada. É claro o quanto não mudo com minhas revoluções. Elas acontecem pelo óbvio de me transformar em mim mesmo. Era ontem era hoje era amanhã. Sou.

E sendo assim, talvez você também seja. Talvez todos sejamos. Sejamos o que fomos em outras terras tempos e vidas e o que seremos em outras móleculas eletróns e ligações. Ser ou não ser, foda-se a questão. Por que você não o é. Você é. Talvez você nunca tenha sido. Mas quem vai saber. Você vai sempre parar no mesmo lugar e do meu lado.

Porque nos simplismente não sabemos baby. É pra sempre sem nada ser ter saber. É pra nunca pra não viver morrer. É queimando e lavando e acordando. É só gente com mal-hálito, esperando a morte e esperando o filho. É só bicho fedido seguindo o instinto. É só a nossa raça. É só a nossa espécie. É você, só sozinho solitário.
Então só te tenho nos meus sonhos.

Era eu, você. E outros. Mas tudo tava ok. Você estava comigo.

Simpatia

Eu não sou simpático. Não. Sou dissimulado. É bem diferente. Posso até convencer com meu sorriso, posso parecer interessado na sua conversa, mas acredite quando eu digo que não estou sendo simpático.

Finjo que acredito no que você diz porque a minha vontade de discutir com você é quase nula e o meu prazer em te conhecer não existe. Aliás, só existe em plano social. No plano onde você é necessário(a) para uma boa convivência. E hipocrisia ou não, eu não sou obrigado a gostar de ninguém, mas também não posso me excluir do mundo. Então finjo que sou legal.

Não estou te usando. Te usar seria diferente também. Te uso quando tenho interesses além do bom relacionamento envolvido.

E também não venha me dizer que eu sou arrogante. Porque pode ser hipocrisia minha fingir que sou simpático, mas é hipocrisia sua achar que todo mundo te ama.

Olhe para o mundo. Se as pessoas não fingem que se suportam tudo que nos resta é o caos. Então companheiro(a) de espaço, se somos obrigados a existir comumente, que seja numa situação de agrado recíproco.

Só não abuse da minha simpatia. Certo?
Eu tinha uma vida, eu podia me reconhecer. Mas o que sou agora? Por favor me diga. Eu estava satisfeito das minhas dúvidas e agora você encheu elas de perguntas. Eu podia respirar e hoje mal posso me levantar da cama. Durmo o mais que posso porque de repente lá eu fique longe o suficiente. Eu não suporto essa situação. Por que insisto em querer, em esperar, mas o que?

Estou afundando nas mesmas coisas de sempre, mas isso nunca me pareceu tão amargo. Escrever e apagar. Sorrir e não ter motivos. Às vezes, só não enxergo nada a minha frente.

E que por hoje fique assim... --'
Não posso mais esperar você. Não procuro por uma substituta e nem desisti de te ter pra mim, mas não posso continuar assim. VOcê me consome e eu me sinto doente. Preciso do meu ar de volta, da minha vida, do meu pensamento claro. Canso de tentar o que não consigo. Mas preciso me afastar.

Esperar ligações, e-mails, mensagens. Esperar uma resposta, um alerta, uma foto. Estou fraco. Quero tanto você que esqueci de mim.

Por favor, não ache que estou te deixando. Como acho que já disse não conseguiria. Só quero voltar a viver. Voltar a me reconhecer. Eu estava bem. Agora eu estou melhor, mas sem você não parece.

Mas é você pra sempre. Só não esqueça disso.
Me odeiopor cada palavra, cada segundo perdido.

Coisas legais

Um dia, questionado sobre o quanto ela me amava, já não soube responder. Decidi então questioná-la. Se alguém poderia me dar esse tipo de resposta, não haveria ninguém melhor que a própria. Feita a pergunta, matada foi a curiosidade: "Não. Mas o que fazemos é legal." E como numa via de mão dupla, fui atingido por uma antítese, ou qualquer uma destas figuras de linguagem que relatem o quão contrário pode ser um momento. Nao queria aceitar tão fria resposta e não podia deixar de sentir alívio.

Então concordei. É, o que fazemos é legal.

Tempos depois, cansado de fazer as coisas legais que faziamos, me enjoei dela e já que coisas legais não são amor, decidi trocá-la. Não amaria mais um brinquedo do que amei-a. Decidi então que era melhor que ela soubesse, assim teria tempo suficiente pra arranjar outro passatempo. Chamei-a. Fizemos coisas legais e eu então disse: "Baby, já não há mais graça nisso.". E parece que toda a graça acabou.

Ela negou. Disse que me amava.

Ousou dizer que eu brinquei com ela. Que aproveitei de seus sentimentos, de sua infância, de seu platonismo. Que usei minhas piadas. Que inventei coisas legais para satisfazer meus próprios desejos. Ora, sempre achei que tivessemos algo. Sempre achei que você me tinha como sua. Sempre achei que você era meu.

E era. Eu era seu, enquanto amor.

Mas você sim quis jogar. Coisas legais cansam e me cansei de você querida. Neste momento, estou afim de achar alguém que eu possa amar, achar alguém com quem eu possa sofrer. Realmente, fizemos tantas coisas legais, mas baby, não gosto de repetir piadas. Pare de chorar, toda partida uma hora acaba. Você não gozou por tempo suficiente?

E com isso sai rindo. De todas as piadas, aquela foi a mais engraçada.

H-I-A-T-U-S*

O que me tornei?
Meu mais amável amigo
Todos que conheço
Acabam indo embora
Você podia ter tudo isso
Meu império de sujeira
Vou te decepcionar
Vou te fazer sofrer
Trent Reznor

Ando fugindo daqui. Ando correndo dos meus pensamentos, tentando deixá-los adormecidos, pelo menos enquanto conseguir evitá-los. Não que eles tenham mudado muito, ou que tenham sumido. Só não quero e não sei se posso lutar com meus monstros agora... mas eles continuam vivos. Acho que me deram um tempo. Ou em venci mesmo uma das batalhas e eles preparam uma revanche. Mas nenhum desses é o ponto.

O ponto é que eu simplesmente não quero sentir, ouvir, falar. E além de não querer também não posso. O tempo não anda propício pras minhas lamentações e dos meus amores ando cansado mais que nunca. Por isso, se posso tirar algo bom desse tempo é o silêncio...

E como é bom tentar calar a minha mente.
Sem chá por hoje.


Lá nos livros...

"— Todos os seus livros valiosos têm histórias semelhantes? — perguntou Eddie. —
Quer dizer, alguma espécie de coincidência os torna valiosos, e não apenas os textos em si?
Tower riu.

— Meu rapaz, a maioria das pessoas que coleciona livros raros nem chega a abrir
suas aquisições. Abrir e fechar um livro danifica a lombada. Daí prejudica o preço de revenda.

— Isso não lhe parece um comportamento meio doentio?

— De jeito nenhum — disse Tower, mas um rubor denunciador lhe subiu pela face.
Parecia que parte dele concordava com Eddie. — Se um cliente gasta 8 mil dólares numa
primeira edição assinada do Tess dos D’Urbevilles, de Hardy, faz perfeito sentido pôr o livro
num lugar seguro, onde possa ser admirado mas não tocado. Se o cara quiser realmente
ler a história, que compre uma brochura da Vintage.

— Você acredita nisso — disse Eddie, fascinado. — Você acredita mesmo nisso.

— Bem... sim. Os livros podem ser objetos de grande valor. Esse valor é criado de
várias formas. Às vezes, basta a assinatura do autor para criá-lo. Outras, como neste caso, é
um erro de tipografia. Às vezes é uma primeira impressão, primeira edição, extremamente
pequena. E alguma coisa disso tem a ver com o motivo que o trouxe aqui, Sr. Dean? É sobre
isso que queria... confabular?

— Não, acho que não."

Eddie Dean e Calvin Tower em A Torre Negra V - Lobos de Calla.
Mas lá no fundo, sou eu pensando na minha obsessão.
Queria ser só um louco que te liga de vez em quando. Aquela espécie de louco que faz você pensar em trocar o número do celular, que faz você pensar no porquê de um dia vocês terem ficado juntos. Ser o tipo de louco que te vigia da esquina. Aquele louco que você queria muito que morresse ou que fosse internado. Mas não sou... e pior ainda que isso é que você também sabe que não. E você não me quer morto, nem internado. Você me quer só assim, como deve ser. E é isso que torna as coisas mais complicadas. É mais fácil aceitar a sua recusa do que acreditar que não podemos. De novo, não podemos.

E não preciso nem das sua voz, nem das suas risadas. Minha loucura grita pela sua pele, pela sua mão suada. Pelo seu cabelo (des)arrumado. Só queria sua presença. Hora errada pra esse tipo de drama...

In The End
Scott Matthews

We all bear the scars.
Yes, we all fail in love.
We all sigh in the dark;
get cut off before we start.

And as the first act begins,
you realize they're all waiting
for a fall, for a flaw,
for the end.

There's a path stained with tears,
could you talk to quiet my fears?
Could you pull me aside,
just to acknowledge that I've tried?

And as your last breath begins,
contently take it in,
because we all get it in
the end.

And as your last breath begins,
you find your demon's your best friend.
And we all get it in
the end.


CLIQUE

Ela só falou que amar não valia a pena
Ela disse que não acreditava em amor
Ela avisou que não queria nada sério
Ela apagou as lacunas em que ele estava

Quem é cruel agora?

Ele disse que amava
Ele disse que podia morrer num sorriso
Ele fez o pedido
Ele escreveu pra tentar não esquecer.

Quem é o bobo agora?

Eles sorriram um pro outro
Eles se destruiram
Eles correram no meio das pessoas
Eles tentaram ser feliz.

Quem está mentindo agora?

Os outros disseram que não daria
Os outros invejaram
Os outros simplesmente foram outros(as)
Outros foram o inferno.

Quem pode ser culpado?

Eu fiquei aqui olhando.
Eu vi minha face no espelho.
Eu sorri pra tentar negar.
Eu não fiz nada.

Quem faria diferente?
Sempre fui o tipo de cara que não era a segurança. Fui aquele que preferia não agir, não gritar. Fui quem deixou de se importar pra simplesmente poder passar em cinza pelos lugares. Andei pelas ruas tentando me esconder até do vento. Não acreditei em mim, nos meus sonhos. Pisei nas minhas ilusões pra poder imaginar um mundo de casas de cera. Coloquei meu capuz e me arrastei por calçadas tentando não chamar atenção. Fingi risos e discuti sobre outras opiniões que não as minhas. Fiquei sentado vendo meus filmes esperando o mundo lá fora correr, girar, explodir e levar todos dele. Li meus livros porque neles a história não era a minha. Escutei minhas musicas baixinho porque preferi que ninguém procurasse daonde aquele som vinha. Tomava meu banho, me deitava e via o teto. Ali era o lugar mais seguro. Na minha jaula, era só eu. Nos meus desenhos, colocava todo o grafite que injetei em meu sangue. Todo o preto. Não tratavasse de viver. Tratavasse de não morrer. Não podia acreditar nas minhas próprias mentiras, não podia me concretizar em não existir. Nas garrafas e cigarros jogados pela sala, via a vastidão do meu próprio minimalismo. Eu não era. Eu não tinha. O sabor insosso de lugares, prédios. O gostar da sensação de não sentir. A distância de tudo. Então, um dia você me notou.

E eu percebi que fugia à toa.
Percebo que dei um jeito de me livrar de todo mundo que chegou muito perto. Afastei todas as pessoas que ousaram tentar se aproximar daquilo que insisto em guardar bem fundo. Não foi de uma forma espontânea, nem de um jeito proposital. Simplesmente aconteceu. Subconscientemente, deixei todas elas no meio do caminho e segui. Não tive coragem de me deixar ser e estar...

Sinto sua falta mais do que gostaria. Achei que não era assim. Achei que algumas coisas seriam facéis, que tudo era brincadeira. Tive medo de sermos. E agora que não tenho mais, pago com as noites de sono que tirei de você, com as horas que deixei você olhando minhas fotos, com as músicas que tanto toquei em sua mente, com as palavras que tanto nos falamos.

E quanto mais eu tento te afastar como afastei todas as outras, mais percebo o quão díficil e rídiculo isso pode ser. O quão rídiculo eu posso ser. Escreveria um livro sobre você. Porque o modo como você invade meus sonhos e meus pensamentos, me diz exatamente tudo que eu precisava saber antes, mas descobri tarde demais.

Será que realmente teremos (e seremos em) um tempo?
É só que às vezes bate uma saudades tão forte. Um aperto no coração, seguido de um nó na garganta e uma vontade de abraçar, de gritar. Às vezes, só é mais forte que eu, manter isso longe de mim. E saudades não é algo íncrivel. Não é um sentimento desses que você só sente muito de vez em quando. A saudade, a falta, são tão comuns ao ser, tão necessárias. Mas isso não a torna mais fácil. Queria poder correr pra tudo aquilo que tenho saudades. Dos momentos em que pude rir infantilmente, dos dias que pude brincar na terra sem me preocupar com minhas unhas sujas ou com minha roupa, das vezes que pude correr, correr, correr e só sentir o vento. Queria poder ir atrás das conversas, dos risos, das mesas e dos sofás que dividi. Queria poder dormir em um abraço de novo. Queria poder sentir que tudo no mundo estava bem com um beijo. Queria simplesmente deitar e dormir, sem ter que pensar em todas as coisas que me esperam do outro lado. Ninguém morre de saudades. Talvez (com certeza) se morra de amor. Mas não só de saudades.

Aprender a deixar todas as coisas que amei/amo no passado é díficil. Necessário. Mas esquecê-las não. Se posso, vou levá-las comigo. Pelos anos. Pelas vidas. Não me arrependerei de chorar por elas, ou de rir com elas. Porque sempre valeu a pena.

É sempre uma história complicada. Mas não quero mais me arrepender por não fazer, por sentir. Deixar mais ninguém fugir da minha vida como água escorrendo na pia. A vida não é como queremos. E talvez nunca seja.

E só.
E uma vida inteira pra me devorar
É o que dizia a música.
Mas sabemos, que precisamos de pouco tempo.
Precisamos de uma hora, um dia.
Um minuto.
Porque aquilo que nos gruda
É a mais pura e insana luxúria.
Nunca tentamos ser o par bonito
O casal feliz.
E é só por isso que fomos incrivelmente bem
Em todos os pontos que quisemos.
Ah, nem finja que me ama.
Porque tudo que eu amo em você,
Acaba bem antes do nosso amor.
E sei que a gente concorda nisso...
Então que a pele diga por si própria
E que aquilo que os outros repudiam
Guie-nos pelo caminhos mais rídiculo
E perigoso.
A gente nunca quis falar de amor mesmo.
Sou o responsável pelos meus problemas. Procuro as respostar, pelas perguntas que eu mesmo inseri em minhas ideias. Não é algo que faço de propósito, não fico buscando atenção com meus recalques, mistérios e devaneios. Só que eles existem e me atrapalham.

Também me irrita o fato de querer o que não posso ter, de me apaixonar pelas erotizações platônicas, de gostar das flores que estão murchando, das palavras que estão sendo esquecidas, dos olhares que não existem. Perdoem-me pela repetição, mas isso é outra coisa que me irrita.

Eu mejogo nos rídiculos ciclos viciosos de alguém que não tem muito com o que se preocupar. E eu tenho com o que me preocupar. Eu tenho com quem, com o que, com quando, com tudo que me preocupar. Somente assim como você. Por isso não me acho incrivel. Não me acho a última coca com limão e gelo no deserto e nem a pessoa especial no mundo. Mas assim como você, acho os meus problemas maiores do que de qualquer outro.

Sabia que a Usurpadora sofreu uma tentativa de assassinato?
Fui.

Deixando

Eu não posso mais pensar em você
Já não quero mais
E não vou.
Deixei você me dominar por tanto tempo
Que esqueci que tenho forças pra mudar.
A partir de hoje te ponho em seu lugar
Deixo você no passado
E que o mofo dos anos tratem de te levar.
Ora, eu que quis tanto te ter aqui,
Hoje já nao posso suportar o tempo que perdi.
Voe, voe, o mais longe que puder
Porque já não te quero ao meu lado.
Te tiro dos meus sonhos.
Te exorcizo dos meus desejos
Liberto minha alma de teu fantasma.
Ah menina, se soubesses o quanto amei.
Mas agora passou, ou não,
Mas te deixo ir.
Mágoas nem ressentimentos restam,
E nem você resta mais.
Porque deste bom mal estou me afastando,
E espero que faças o mesmo.
É, eu não sei amar. Mas não é um saber qualquer, inconstante. É um não-saber por não querer. É uma falta de paciência e uma falta de coragem absurda. E falta de coragem é medo. Mas é bem assim mesmo, tenho medo de amar. E isso é sinceridade. Podia falar que amei tantas mais que não conseguiria listá-las. Podia falar que amo meus cachorros e minha mãe, mas esses amores são tão profundos em você, que deles a superfície é lisa e fácil de cuidar. Mas tenho medo de amores aleatórios. E o medo não me deixa aprender as coisas que na verdade nem são aprendíveis. São viviveis. Não há teoria que te diga o que vai ser. E eu acho que é essa falta de saber o que vai ser que me impede de tentar descobrir. Ou melhor, que me impede de me entregar aquilo que sinto. Não que eu sinta coisas inexplicáveis, inabaláveis, arrebatadoras e destruídoras. Mas apesar de todo o gelo que guardei pra me manter frio, eu sinto. E não saber o que fazer com isso não é uma dor. Mas é uma farpa no meio dos pensamentos. E farpas incomodam, inflamam, podem causar gangrena e acabam necessitando de amputação. Então, eu imploro. O ser mais arrogante, mais chato, mais egoísta e menos preocupado do mundo, abaixa a cabeça e implora: me ajuda a descobrir o que fazer com isso, porque sem você não há razão pra mim tentar aprender e nem motivos para continuar sóbrio. Tenta me ensinar.
O mais díficil
É saber que agora
Não adianta mais eu dizer
Que te encontraria até no inferno
Agora, a distância é ainda maior.
Não adianta mais eu jurar meu amor
Nem adianta eu sonhar,
Eu ligar,
Não adianta eu escrever pra você.
É díficil de entender,
Que agora só o tempo vai nos deixar em paz.
E que eu vou pra sempre tentar te encontrar.
Em outros braços, abraços, olhares.
Em outras brisas, amassos e provocações.
E em pensar que você esteve tão perto.
Só não esqueça.
Porque eu me enxergo totalmente diferente daquilo que vêem em mim.

É estranho, legal e deprimente ao mesmo tempo ver como as pessoas podem acabar sabendo mais de você do que você próprio. Meus problemas e (in)experiências, contados em caretas, sussurros e frieza. Nunca foi minha meta me tornar frio, me tornar tão distante de algo realmente sociável. Não sei se isso me incomoda por mim mesmo, ou se me incomoda por incomodar tanto as outras pessoas. Tento me conhecer e quanto mais tento, mais desconheço. A vida fica tentando sempre me ensinar as lições que eu simplesmente não deveria nem ter que ver de novo.

Fico confuso no meio de momentos que sei lá. Me perco sempre nos meus pensamentos e odeio quando arranham minha tão forçadamente criada (im)perfeição. Não que eu me ache perfeito. Longe disso. É só meu antigo problema com frustração.

E hoje não sai mais nada...
E disseram que meu coração é frígido. Que depois de tanto tempo, ainda não consigo deixar de ser indiferente. Disseram que não só não ligo, como ainda consigo esquecer. E talvez seja verdade.
Me deixa sentar ao seu lado pra sempre
Me deixa te chamar de minha
Me deixa viver de você
Por 100, por mil, por uma eternidade de anos
E se você durar mais que isso
Eu quero poder gritar que te amo ainda assim
Me deixa ser seu
Me deixa existir em um mundo perfeito
Onde eu e você é mais forte que qualquer tempo
Me deixa sonhar os sonhos de alguém apaixonado
Me deixa erotizar nossas conversas
Me deixa ser pra você o quanto você é pra mim
O quanto você sempre será.
Me deixa correr pelo mundo
Espalhando tudo aquilo que acredito
Me deixa voar tão alto
A ponto de não ver mais o chão
Me deixa então tentar te esquecer se não quiser
Me deixa provar que posso ser mais forte.
Porque te amar é tão necessário pra mim
Que deixar você ir, sem me deixar ser nada pra você
Dói mais que morrer nos seus braços.
Então me deixa morrer.
Todo dia
Tenho que vencer um monstro
Vencê-lo dentro de mim mesmo
E me salvar de novo.
Quando eu vou aprender a não ligar tanto assim pros outros? Quando vou aprender a não valorizar quem não merece me ter ao seu redor? Não sei.

Sei que não quero e não posso mais continuar ligando pra muita coisa que eu ligo agora. Não posso continuar encanado com tanta coisa que simplesmente não me acrescenta em merda nenhuma.

Deixar as coisas seguirem seu rumo e aprender que eu não posso ser nem interferir em tudo. A irritação é clássica, mas tudo é superável.

A boa sorte não segue muito bem pro meu lado. Mas quem disse que precisamos de sorte?
Eu não preciso te convencer
Com as minhas convicções
Não preciso que você sinta vergonha
E nem preciso da sua piedade.
Sei como sou
E sei um pouco sobre quem sou.
E sei que não vou mudar pra te fazer feliz.
Pode até ser triste afirmar,
Mas é assim. Não há opção.
Sinceramente,
Eu poderia ser muito,
Mas não tente achar seu príncipe
Quando me ver passando do seu lado,
Não tente encontrar nada além
Daquilo que pode enxergar.
Porque você vai acabar se decepcionando.
Pode levar minha sanidade.
Pode levar tudo o que for necessário,
Pra você ser feliz.
Eu não ligo.
Só não me deixe ao lado de seu mundo
Não me deixe no limbo.
Não me esqueça no bolso do seu jeans surrado.
Você sabe que não pedi
Mais do que o que você prometeu
Existo para ser seu
E não quero e nem acredito no contrário
Já não há essência em minha vida
Que você não tenha aprisionado nos seus olhos
E lábios
E seios
E corpo.
Mas pode levar. Leve o que achar necessário.
Porque afinal, já é tudo seu.

Familiaridades

Tinha os trejeitos do pai. O mesmo olho, o mesmo andar, até o mesmo jeito de falar. Chegavam até a pensar igual. Eram tão parecidos, que pareciam tão diferentes. Aos seus próprios olhos, não podiam enchergar-se. Aos próprios ouvidos, berravam para vencer o abismo entre si.

O abismo não surgiu do nada. O que antes era um ou outro buraco no caminho foi crescendo. Cresceu, cresceu, e antes que qualquer um deles pudesse perceber, já se encontravam tão distantes, tão cotidianamente separados, que já não sentiam mais. Eram tão vazios quanto o espaço que existia entre os dois.

Não eram inimigos. Não cravaram brigas férreas, nem levantaram nenhum motim familiar. Não se acusaram com meias verdades, nem se convenceram com falsas mentiras. Mas mesmo assim, também não eram amigos. Compartilhavam a mesa. O sofá. Poderiam compartilhar até mesmo o chão. Mas eram movimentos frios, repetitivos. Estavam exaustos de si próprios.

A mãe era um ser invisível. O filho não via o pai. O pai não via o filho. E nenhum dos dois via mais a mãe. Morrerá ou não, todos tinham suas coisas pra cuidar. E ela, sem importância ou delegância era só mais uma mãe.

Assim eram eles. Sem cor nem odor nem papel nem conhecimento. Existiam pelo simples motivo de respirarem. Eram tão clichês e tão fascinantes quanto qualquer outro alguém. Tinham seus ganhos, suas perdas. Não tinham nada. Não tinham nem um ao outro. Eram máquinas tão sedentas por desejos-vãs que já não eram coisa alguma.

Por não se perceberem, o pai não viu o filho barbado. O filho não viu o pai irritado. Os dois não se viram em momentos estragados. Por não se perceberem, um dia o filho acordou e o pai não. No outro dia o filho acordou, mas o pai continuava dormindo. E no outro, e no outro e no outro, o pai continuou dormindo.

Quando o filho deu por si, seu pai já havia morrido. Mas nessa história todos têm suas coisas pra fazer...



Já não há dor em não sentir.

Estou cansado. De novo. Cansado de ser alguém que não existe. Cansado de usar a pele de legal, de chato. De ser algo que parece bom. Cheio de buscar palavras refinadas pra explicar as coisas mais podres.

Destilando perversões em vidros de perfumes. Fobias em pétalas de rosas. Não sou eu e você ainda teima em acreditar. Porque esse eu não existe. Mas ele se cansa.

Sou um poço fundo, que alguém fechou e cobriu com qualquer coisa pura. Sou um cemitério de ideias e pensamentos enterrados onde alguém construiu um enorme condomínio. Sou o açúcar envenenado que alguém serviu em um momento de ignorância. E pior, alguém aceitou em um momento de ignorância maior.

No frio é só uma casca quente. Posso ceder calor. Posso fazer muito. Mas no fundo, bem no fundo, é só vazio. E frio. E qualquer casca pode quebrar. E quando quebra, ah, quando quebra não dá pra consertar. Você não pode juntar todos os caquinhos. Se juntar, não pode colocá-los no lugar. E se colocá-los no lugar, você nunca vai esconder as marcas.

Isso é triste? Talvez. Depende o ponto de vista. Talvez seja uma visão apocalítica. Ou só caótica. Mas será que não é verdade? Você gosta do escuro? Tem medo?

É, acho que eu também.

//momento alucinado//
E o que eu estou fazendo da minha vida? Até onde vou procurar e o que vou achar?
Por que procuro?
Não é amor.
É só, sei lá,
Algo fútil.
Amo a ideia de ser melhor.
Amo a ideia de poder ser mais.
É egoísmo.
É egocentrismo.
E daí?
Não é nada,
Além de mim.
É só algo turvo.
Desconexo.
Nem interessante chega a ser,
Mas é engraçado.
E talvez até seja amor.
Só que rir é mais legal!
Deixo a insanidade invadir meus sonhos
Deixo eles serem poluídos
E destruidos
Deixo de pensar neles
E deixo de vivê-los
Gosto da ideia de não tê-los
Mas eles sempre me acordam a noite
Por mais que eu fuja,
Eles sempre aparecem
E sempre voltam
E sempre sussurram meu nome.
Na madrugada são eles que ditam as regras,
Quando acordo
É por eles que me levanto
São meus sonhos.
Atormentados, psicóticos.
Sonho em ver-te nos meus braços
Sonho em tê-la deitada ao meu lado.
Sonho em ser alguém.
Sonho com o dia que não precisarei sonhar.
Sonho com a morte que virá para a acabar.
São sonhos. Apenas sonhos.
E são eles que me pedem pra existir.

Exista comigo ?

We got a winner...

Não queria falar do filme em específico. Mas acho que não tem como. Então, se soar genérico ou forçado, não se esforce em terminar de ler. Vá para o próximo, ou procure algum blog melhor... (Y)

Quantos vencedores você conhece? Quantas Sara's Goldfarb existem? De que tamanho o vazio pode se espalhar? Perder o marido, o filho. Encontrar a solidão. Ser cobrada pela sociedade a entrar em um vestido que dez anos atrás era apertado e que hoje é um tormento. Ficar velha e descobrir que é tão sozinha quanta uma estrela qualquer. Perceber que deixa que seus dias passem em frente a TV e que a morte senta do lado. Se apegar a promessa de um dia (mas que dia?) estará do outro lado. Poder mostrar ao mundo seu Harold bem-sucedido. Poder contar ao mundo como seu marido era bom. Poder sentar no melhor lugar ao sol. "Oh, eu me sento no melhor lugar...". Se entregar a uma dieta para passar a carinha boa. Quanto mais posso aguentar? Quando mais posso parecer? Abraçar seu filho e não conseguir diminuir a distância entre vocês. Olhar nos olhos de estranhos e encontrar a pena. Derramar lágrimas de desespero enquanto é engolida pela geladeira. Ter seu cérebro fritado por eletricidade, na tentativa de se reencontrar. Na tentativa de estar vazio novamente.

Somos tão vazios e tão desesperados quanto qualquer Sara Goldfarb. Procuramos um sentido para acordar de manhã. Um motivo para lavar os copos e varrer o chão. Uma razão para sair de casa e sorrir. Tentamos abraçar nossos filhos. Desejamos nossos netos. Juice by, juice by, juice by... Somos tão destruídos quanto qualquer Harold. Todos temos nossas gangrenas. Nossos vícios. Somos tão ralos quanto qualquer Marion, abaixando a cabeça, "ass to ass", todos os dias, vendidos pelo carinho, pelo pó, pelo nada de alguém. Tão carentes quanto qualquer Ty, buscando abraços em braços estranhos, tentando lembrar dos rostos de nossos pais. "Você não precisa chegar lá... você só precisa amar sua mãe, Ty.".

Doces sonhos são feitos disso. São feitos das esperanças que guardamos em detalhes. Da confiança que aplicamos em nós mesmos. De degradação. Sim... "E agora o que vai ser?". "- Harry... pode vir hoje?". Doces sonhos são feitos de nós mesmos. São feitos daquilo que nos permite ir mais e mais fundo. Daquilo que nos deixa afundar e que nos dá força para tentar continuar. Daquilo que nos faz olhar pra frente. Daquilo que nos faz querer viver. E que nos faz querer acordar de manhã. E que nos faz nós mesmos.

Não são 3 coisas que mudam nossas vidas. Não é a carne que te torna mais completo, nem a ausência dela. Não é o açúcar. Não é nem mesmo a heroína, a cocaína ou a maconha. Mas poucas podem destruir. Pouquissimas são necessárias pra isso. Pra enterrar nossos sonhos. Pra desistir...

Queria ter visto "Réquiem para um Sonho" antes. E queria saber expor melhor minhas ideias. Quem sabe...

Doces sonhos!

E tudo que resta é um momento de saudade. Lágrimas e etc. Mas nada resume a quantidade de informação, de conhecimento e de carinho que recebi.

Aprendi muita coisa. Aprendi a ser melhor. Aprendi a ser pior. Aprendi a ser mais eu e deixar de ligar para o que tanta gente pensa. Aprendi a gostar e de certa forma aprendi a amar. Aprendi tanto, que às vezes até ensinei. Aprendi a respeitar.

Compartilhei minhas angústias, minhas alegrias, e me entreguei.

Hoje acabou. E esse parece mais um papo brega de formatura. Mas papos bregas são o que restam depois de tanta... emoção... kk.

Hoje, parece que finalmente deixo de lado um eu. Deixo morrer um mim, para que outro possa nascer. Deixo tudo o que um era, deixo pra levar as histórias e aquilo que realmente vale a pena.

Deixei de um amor, deixei da escola e deixei do trabalho. Deixo junto com estes o menino e percebo que agora a vida tem que ser encarada de frente. E por pior que pareça, é bom.

As lágrimas do menino assustado, um dia serão a glória de um homem forte. E se não forem, no mínimo serão as marcas que me farão humano.

Porque isso é a vida. É deixar e correr atrás. É conhecer o novo, para guardar o velho. É crescer constantemente. E chorar. E sorrir. E chingar. E além de tudo abraçar.

Nessa mudança de fases, hoje realmente posso olhar e enchergar que junto com tudo que vai ficar "pra trás", fica também aquilo que eu ainda chamo de infância.

Que venham os novos desafios, que venha meu novo eu mesmo.

E que sejamos felizes. Porque no final, pra sempre é mesmo sempre por um triz.

E eu só tenho a agradecer.
Novas fases começam. Agora realmente deixo de lado tudo que me prendia ao meu antigo mundo.

Deixei a escola, deixei os amores, deixei o emprego. Trouxe comigo só os amigos. E só aqueles que me parecem reais.

Saudades é algo natural. Só de pensar já dói. Mas vai ser melhor assim.

Começar do zero. Ou melhor, recomeçar de onde parou.

Vamos em frente.

Conversas esquizofrênicas.

E é assim que o mundo não pára...
E que falta vai fazer um abraço?
Que falta vai fazer seu olhar de desaprovação?
Quanto vou sentir falta do seu sorriso a me encarar?
Alguém me diz quão díficil vai ser sem ver você quando chegar em casa.
Alguém me conta como será ver nossas fotos e não poder rir ao seu lado.
E quem vai me ouvir falar agora?
Quem vai enxugar minhas lágrimas?
Quem vai me ensinar o melhor?
Me diz porque a vida é assim?
E me ajuda a entender porque não te tenho mais na minha.
Parte sem dizer adeus. Agora e pra sempre.
Como é lidar com sua falta?
Você disse que estaria do meu lado.
Você pediu que eu me tornasse alguém.
E cadê você?
Nada vai substituir. E nada vai tornar isso melhor.
Só espero te encontrar de novo.
E poder ver seu sorriso.
E sentir seu cabelo.
E dormir no seu abraço...
Fico tentando me convencer
De que tá tudo bem
Te buscando em outros hálitos.
Mas nada se compara a você.
Porque é você que me dá motivos pra sorrir.
É só com você que eu esperaria a morte
E feliz.
É você quem eu quero pra sempre do meu lado.
Enquanto durar.
E isso me corrói.
Você me consome.
Volte.
Vou te perder pelos motivos mais idiotas e egoístas do mundo. Vou te perder porque tenho medo do que posso sentir. Vou perder porque não sei retribuir o que recebo. Não sei amar. E não compreendo nenhuma maneira de ser amado. Você está onde está há um bom tempo. Tão dentro de mim, que eu não quero tirar. E essa parte que você tomou, vai ficar vazia. Nela vou guardar o ouro do teu nome. Se é assim mesmo. É lá onde vai ficar.

Odeio não saber como agir. Nem querer agir sem saber. Desculpa pela falta de força. Pela falta de interesse talvez. Mas você me fez, me faz e me fará melhor. Sou um idiota e talvez devesse admitir isso mais vezes. Vezes suficientes para fazer os outros acreditarem.

Não posso acreditar e não quero admitir. Não quero deixar...

Só fale comigo!
E o que eu posso fazer?
Se te coloquei tão fundo em mim
Que agora não posso tirar.
Odeio admitir,
Mas já não sei mais viver assim.
São meus braços ao seu redor,
Meu hálito no seu pescoço.
E é tudo tão seu,
Que nem sei o que é mais meu.
Porque é assim,
É assim que acontece.
Sua voz na minha cabeça,
Suas palavras nos meus textos.
Você em mim.
A razão tenta me dizer que não.
Mas já nem sei se consigo argumentar.
Me ligue no final do dia,
Não me abstenha.

Ótica mental cheia de hortelã!

Café forte e sem açúcar!

Chá mental...