Mentaótico

Ótica mental cheia de hortelã!

Outro cigarro. Filtro vermelho. Desses que machuca a garganta e pesa nos pulmões. Pesa nas veias. Faz sua pressão cair, te afunda no sofá, bagunça seus pensamentos. Te faz dormir. Bate as cinzas no metal que se aquece, olha a brasa. Outro trago.

Conferindo a música na vitrola lembra-se dos números que deixou de discar. É, não discou mesmo. Não quis. Nunca gostou de telefones... lembra dos números que quis ganhar, dos que precisava ganhar, dos que tinha e daqueles que coloriam folhas e mais folhas. Números.

Pensava no que fazia e faria por eles. No que não contou. Sofria em silêncio naqueles tragos, tentando deixar a música tocar mais alto. Preso nessas redes perigosas de fios de nilon que cortavam mas não prendiam, debatia-se de infelicidade, não podia se sentir completo. Díficil se sentir completo em tempos tão duros. Díficil sentir. Amortecia-se.

Amortecido parava a vitrola. Encostava-se no travesseiro, enxugando lágrimas que poderiam ser de tristeza, mas desciam com o sono de quem tenta não se preocupar. Mas preocupava-se. Ali no travesseiro voltava a fita, guardava as dores que podia enquanto socava o objeto que deveria se adaptar a uma cabeça que só queria no mundo poder explodir. Em penas, em miolos, em ideias. Em números.

Vê-los espalhados, pelo chão e os lençois. Vermelhos, pretos, azuis. Cor de nada. Nem vê-los mais. Quando?


Outro cigarro. Filtro vermelho. Desses que machuca a garganta e pesa nos pulmões. Pesa nas veias. Faz sua pressão cair, te afunda no sofá, bagunça seus pensamentos. Te faz dormir. Bate as cinzas no metal que se aquece, olha a brasa. Outro trago.

Conferindo a música na vitrola lembra-se dos números que deixou de discar. É, não discou mesmo. Não quis. Nunca gostou de telefones... lembra dos números que quis ganhar, dos que precisava ganhar, dos que tinha e daqueles que coloriam folhas e mais folhas. Números.

Pensava no que fazia e faria por eles. No que não contou. Sofria em silêncio naqueles tragos, tentando deixar a música tocar mais alto. Preso nessas redes perigosas de fios de nilon que cortavam mas não prendiam, debatia-se de infelicidade, não podia se sentir completo. Díficil se sentir completo em tempos tão duros. Díficil sentir. Amortecia-se.

Amortecido parava a vitrola. Encostava-se no travesseiro, enxugando lágrimas que poderiam ser de tristeza, mas desciam com o sono de quem tenta não se preocupar. Mas preocupava-se. Ali no travesseiro voltava a fita, guardava as dores que podia enquanto socava o objeto que deveria se adaptar a uma cabeça que só queria no mundo poder explodir. Em penas, em miolos, em ideias. Em números.

Vê-los espalhados, pelo chão e os lençois. Vermelhos, pretos, azuis. Cor de nada. Nem vê-los mais. Quando?


Ótica mental cheia de hortelã!

Café forte e sem açúcar!