Mentaótico

Ótica mental cheia de hortelã!

Não queria falar do filme em específico. Mas acho que não tem como. Então, se soar genérico ou forçado, não se esforce em terminar de ler. Vá para o próximo, ou procure algum blog melhor... (Y)

Quantos vencedores você conhece? Quantas Sara's Goldfarb existem? De que tamanho o vazio pode se espalhar? Perder o marido, o filho. Encontrar a solidão. Ser cobrada pela sociedade a entrar em um vestido que dez anos atrás era apertado e que hoje é um tormento. Ficar velha e descobrir que é tão sozinha quanta uma estrela qualquer. Perceber que deixa que seus dias passem em frente a TV e que a morte senta do lado. Se apegar a promessa de um dia (mas que dia?) estará do outro lado. Poder mostrar ao mundo seu Harold bem-sucedido. Poder contar ao mundo como seu marido era bom. Poder sentar no melhor lugar ao sol. "Oh, eu me sento no melhor lugar...". Se entregar a uma dieta para passar a carinha boa. Quanto mais posso aguentar? Quando mais posso parecer? Abraçar seu filho e não conseguir diminuir a distância entre vocês. Olhar nos olhos de estranhos e encontrar a pena. Derramar lágrimas de desespero enquanto é engolida pela geladeira. Ter seu cérebro fritado por eletricidade, na tentativa de se reencontrar. Na tentativa de estar vazio novamente.

Somos tão vazios e tão desesperados quanto qualquer Sara Goldfarb. Procuramos um sentido para acordar de manhã. Um motivo para lavar os copos e varrer o chão. Uma razão para sair de casa e sorrir. Tentamos abraçar nossos filhos. Desejamos nossos netos. Juice by, juice by, juice by... Somos tão destruídos quanto qualquer Harold. Todos temos nossas gangrenas. Nossos vícios. Somos tão ralos quanto qualquer Marion, abaixando a cabeça, "ass to ass", todos os dias, vendidos pelo carinho, pelo pó, pelo nada de alguém. Tão carentes quanto qualquer Ty, buscando abraços em braços estranhos, tentando lembrar dos rostos de nossos pais. "Você não precisa chegar lá... você só precisa amar sua mãe, Ty.".

Doces sonhos são feitos disso. São feitos das esperanças que guardamos em detalhes. Da confiança que aplicamos em nós mesmos. De degradação. Sim... "E agora o que vai ser?". "- Harry... pode vir hoje?". Doces sonhos são feitos de nós mesmos. São feitos daquilo que nos permite ir mais e mais fundo. Daquilo que nos deixa afundar e que nos dá força para tentar continuar. Daquilo que nos faz olhar pra frente. Daquilo que nos faz querer viver. E que nos faz querer acordar de manhã. E que nos faz nós mesmos.

Não são 3 coisas que mudam nossas vidas. Não é a carne que te torna mais completo, nem a ausência dela. Não é o açúcar. Não é nem mesmo a heroína, a cocaína ou a maconha. Mas poucas podem destruir. Pouquissimas são necessárias pra isso. Pra enterrar nossos sonhos. Pra desistir...

Queria ter visto "Réquiem para um Sonho" antes. E queria saber expor melhor minhas ideias. Quem sabe...

Doces sonhos!

2 comentários:

foda!

isso me faz pensar: sera que meus "doces sonhos" que provavelmente nunca se tornaram realidade valem a pena serem sonhados? sera que eles não estão me transformando numa pessoa mediocre que vive por algo que só é bom na minha cabeça?

as vezes, sonhar não vale a pena, mas infelizmente é o que da sentido a essa vida sem sentido!

Sempre vale a pena sonhar.
O problema é até onde vamos por nossos sonhos.
O quanto pisamos? E o quanto sofremos?

Não sonhar seria dramático. Deixar de sonhar é se tornar amargo. Enquanto "doces" sonhos nos derem um motivo, não seremos ruins os suficientes.

Pelo menos é o que eu acho.

We got a winner...

Não queria falar do filme em específico. Mas acho que não tem como. Então, se soar genérico ou forçado, não se esforce em terminar de ler. Vá para o próximo, ou procure algum blog melhor... (Y)

Quantos vencedores você conhece? Quantas Sara's Goldfarb existem? De que tamanho o vazio pode se espalhar? Perder o marido, o filho. Encontrar a solidão. Ser cobrada pela sociedade a entrar em um vestido que dez anos atrás era apertado e que hoje é um tormento. Ficar velha e descobrir que é tão sozinha quanta uma estrela qualquer. Perceber que deixa que seus dias passem em frente a TV e que a morte senta do lado. Se apegar a promessa de um dia (mas que dia?) estará do outro lado. Poder mostrar ao mundo seu Harold bem-sucedido. Poder contar ao mundo como seu marido era bom. Poder sentar no melhor lugar ao sol. "Oh, eu me sento no melhor lugar...". Se entregar a uma dieta para passar a carinha boa. Quanto mais posso aguentar? Quando mais posso parecer? Abraçar seu filho e não conseguir diminuir a distância entre vocês. Olhar nos olhos de estranhos e encontrar a pena. Derramar lágrimas de desespero enquanto é engolida pela geladeira. Ter seu cérebro fritado por eletricidade, na tentativa de se reencontrar. Na tentativa de estar vazio novamente.

Somos tão vazios e tão desesperados quanto qualquer Sara Goldfarb. Procuramos um sentido para acordar de manhã. Um motivo para lavar os copos e varrer o chão. Uma razão para sair de casa e sorrir. Tentamos abraçar nossos filhos. Desejamos nossos netos. Juice by, juice by, juice by... Somos tão destruídos quanto qualquer Harold. Todos temos nossas gangrenas. Nossos vícios. Somos tão ralos quanto qualquer Marion, abaixando a cabeça, "ass to ass", todos os dias, vendidos pelo carinho, pelo pó, pelo nada de alguém. Tão carentes quanto qualquer Ty, buscando abraços em braços estranhos, tentando lembrar dos rostos de nossos pais. "Você não precisa chegar lá... você só precisa amar sua mãe, Ty.".

Doces sonhos são feitos disso. São feitos das esperanças que guardamos em detalhes. Da confiança que aplicamos em nós mesmos. De degradação. Sim... "E agora o que vai ser?". "- Harry... pode vir hoje?". Doces sonhos são feitos de nós mesmos. São feitos daquilo que nos permite ir mais e mais fundo. Daquilo que nos deixa afundar e que nos dá força para tentar continuar. Daquilo que nos faz olhar pra frente. Daquilo que nos faz querer viver. E que nos faz querer acordar de manhã. E que nos faz nós mesmos.

Não são 3 coisas que mudam nossas vidas. Não é a carne que te torna mais completo, nem a ausência dela. Não é o açúcar. Não é nem mesmo a heroína, a cocaína ou a maconha. Mas poucas podem destruir. Pouquissimas são necessárias pra isso. Pra enterrar nossos sonhos. Pra desistir...

Queria ter visto "Réquiem para um Sonho" antes. E queria saber expor melhor minhas ideias. Quem sabe...

Doces sonhos!

2 comentários:

Eu disse...

foda!

isso me faz pensar: sera que meus "doces sonhos" que provavelmente nunca se tornaram realidade valem a pena serem sonhados? sera que eles não estão me transformando numa pessoa mediocre que vive por algo que só é bom na minha cabeça?

as vezes, sonhar não vale a pena, mas infelizmente é o que da sentido a essa vida sem sentido!

Aquele disse...

Sempre vale a pena sonhar.
O problema é até onde vamos por nossos sonhos.
O quanto pisamos? E o quanto sofremos?

Não sonhar seria dramático. Deixar de sonhar é se tornar amargo. Enquanto "doces" sonhos nos derem um motivo, não seremos ruins os suficientes.

Pelo menos é o que eu acho.

Ótica mental cheia de hortelã!

Café forte e sem açúcar!