Mentaótico

Ótica mental cheia de hortelã!

Sempre fui o tipo de cara que não era a segurança. Fui aquele que preferia não agir, não gritar. Fui quem deixou de se importar pra simplesmente poder passar em cinza pelos lugares. Andei pelas ruas tentando me esconder até do vento. Não acreditei em mim, nos meus sonhos. Pisei nas minhas ilusões pra poder imaginar um mundo de casas de cera. Coloquei meu capuz e me arrastei por calçadas tentando não chamar atenção. Fingi risos e discuti sobre outras opiniões que não as minhas. Fiquei sentado vendo meus filmes esperando o mundo lá fora correr, girar, explodir e levar todos dele. Li meus livros porque neles a história não era a minha. Escutei minhas musicas baixinho porque preferi que ninguém procurasse daonde aquele som vinha. Tomava meu banho, me deitava e via o teto. Ali era o lugar mais seguro. Na minha jaula, era só eu. Nos meus desenhos, colocava todo o grafite que injetei em meu sangue. Todo o preto. Não tratavasse de viver. Tratavasse de não morrer. Não podia acreditar nas minhas próprias mentiras, não podia me concretizar em não existir. Nas garrafas e cigarros jogados pela sala, via a vastidão do meu próprio minimalismo. Eu não era. Eu não tinha. O sabor insosso de lugares, prédios. O gostar da sensação de não sentir. A distância de tudo. Então, um dia você me notou.

E eu percebi que fugia à toa.

1 comentários:

Cara, isso é bonito demais... heheheheh
E o fim: simples, singelo e belo...

Sempre fui o tipo de cara que não era a segurança. Fui aquele que preferia não agir, não gritar. Fui quem deixou de se importar pra simplesmente poder passar em cinza pelos lugares. Andei pelas ruas tentando me esconder até do vento. Não acreditei em mim, nos meus sonhos. Pisei nas minhas ilusões pra poder imaginar um mundo de casas de cera. Coloquei meu capuz e me arrastei por calçadas tentando não chamar atenção. Fingi risos e discuti sobre outras opiniões que não as minhas. Fiquei sentado vendo meus filmes esperando o mundo lá fora correr, girar, explodir e levar todos dele. Li meus livros porque neles a história não era a minha. Escutei minhas musicas baixinho porque preferi que ninguém procurasse daonde aquele som vinha. Tomava meu banho, me deitava e via o teto. Ali era o lugar mais seguro. Na minha jaula, era só eu. Nos meus desenhos, colocava todo o grafite que injetei em meu sangue. Todo o preto. Não tratavasse de viver. Tratavasse de não morrer. Não podia acreditar nas minhas próprias mentiras, não podia me concretizar em não existir. Nas garrafas e cigarros jogados pela sala, via a vastidão do meu próprio minimalismo. Eu não era. Eu não tinha. O sabor insosso de lugares, prédios. O gostar da sensação de não sentir. A distância de tudo. Então, um dia você me notou.

E eu percebi que fugia à toa.

1 comentários:

Ferdinando disse...

Cara, isso é bonito demais... heheheheh
E o fim: simples, singelo e belo...

Ótica mental cheia de hortelã!

Café forte e sem açúcar!