Não nasceu pra ser um casal. Sozinho chegou ao mundo e era assim que gostava. Não gostava do toque quente, nem do abraço, nem do colchão apertado. Gostava do espaço e daquela margem de segurança que tinha criado ao seu redor. Estar distante, olhando o show do alto, sentado na grande poltrona sem ninguém no colo. Tremia de pavor só de pensar em ser sufocado, em ser abafado, em ser contido numa vida a dois. Queria uma vida a um, um que fosse pleno, um que fosse ele.
Arredio e desarrumado balançava as pernas de modo frenético, impaciente. Irritado e incontestavelmente mal humorado assumia que havia sido feito para si. Compreendia suas manias e se dava bem com suas vontades. Não se importava em usar a bermuda rasgada, ou com seu bafo de nicotina envelhecida. Sóbrio ou não, podia entrar em mil batalhas consigo mesmo e ainda se perdoar. E ainda beber mais um copo. E ainda sorrir falso pro espelho.
E era tão simples ser assim que não entendia porque não deveria ser. Por que tinha que andar de mãos dadas? Por que tinha que sentar abraçado no cinema? Por que tinha que escolher alguém e dar todo amor que foi tão difícil tirar do coração? Não sabia e talvez nunca descobrisse.
Postado por
Guii
on sábado, 7 de setembro de 2013
Não nasceu pra ser um casal. Sozinho chegou ao mundo e era assim que gostava. Não gostava do toque quente, nem do abraço, nem do colchão apertado. Gostava do espaço e daquela margem de segurança que tinha criado ao seu redor. Estar distante, olhando o show do alto, sentado na grande poltrona sem ninguém no colo. Tremia de pavor só de pensar em ser sufocado, em ser abafado, em ser contido numa vida a dois. Queria uma vida a um, um que fosse pleno, um que fosse ele.
Arredio e desarrumado balançava as pernas de modo frenético, impaciente. Irritado e incontestavelmente mal humorado assumia que havia sido feito para si. Compreendia suas manias e se dava bem com suas vontades. Não se importava em usar a bermuda rasgada, ou com seu bafo de nicotina envelhecida. Sóbrio ou não, podia entrar em mil batalhas consigo mesmo e ainda se perdoar. E ainda beber mais um copo. E ainda sorrir falso pro espelho.
E era tão simples ser assim que não entendia porque não deveria ser. Por que tinha que andar de mãos dadas? Por que tinha que sentar abraçado no cinema? Por que tinha que escolher alguém e dar todo amor que foi tão difícil tirar do coração? Não sabia e talvez nunca descobrisse.
Arredio e desarrumado balançava as pernas de modo frenético, impaciente. Irritado e incontestavelmente mal humorado assumia que havia sido feito para si. Compreendia suas manias e se dava bem com suas vontades. Não se importava em usar a bermuda rasgada, ou com seu bafo de nicotina envelhecida. Sóbrio ou não, podia entrar em mil batalhas consigo mesmo e ainda se perdoar. E ainda beber mais um copo. E ainda sorrir falso pro espelho.
E era tão simples ser assim que não entendia porque não deveria ser. Por que tinha que andar de mãos dadas? Por que tinha que sentar abraçado no cinema? Por que tinha que escolher alguém e dar todo amor que foi tão difícil tirar do coração? Não sabia e talvez nunca descobrisse.
1 comentários:
- Anônimo disse...
-
Eu ja estava sentindo falta de suas palavras. Mas fico assombrada ao imaginar que pode não ser só palavras e sim desabafos em solidão.
-
9 de setembro de 2013 às 21:13
1 comentários:
Eu ja estava sentindo falta de suas palavras. Mas fico assombrada ao imaginar que pode não ser só palavras e sim desabafos em solidão.
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