Mentaótico

Ótica mental cheia de hortelã!

E ele já tinha escrito muito. Com os velhos cigarros e o mesmo hálito carregado de alcool e entorpecentes já tinha gritado um formigueiro de palavras silenciosas. Tinha vibrado e se afogado nas emoções de um coração lacrado em pedra, jogado num oceano fundo e gelado de regras e manias pessoais, de convicções febris, de solidão estática.

Escreveu sobre as batidas que faziam a superfície da água vibrar sutilmente e as transformou em ondas gigantes, em tsunamis. Trouxe a tona os pesadelos e os concedeu verbo, os colocou na luz. Suas musas, ele inventou. As inventou e raramente as encontrou. Quando encontrou, nadou com elas no frio do seu próprio mar. Mas sempre logo que entrou na água percebeu que não podia suportar a temperatura, não podia lidar com aquilo. E as afogou. E as deixou afundar. Não intencionalmente, não por algum tipo de maldade intrinseca que não pudesse controlar. Mas por um extinto imediatista de se proteger, de se cercar, de ficar sozinho.

Os cigarros agora deixou de lado. O alcool optou por reduzir. De resto, vestiu as mesmas bermudas rasgadas combinadas com as mesmas camisetas manchadas. Era assim descuidado consigo mesmo, desprevenido e ao mesmo tempo tão neurótico, tão amargo.


2 comentários:

Este comentário foi removido pelo autor.

Como o tempo passa e as pessoas mudam. Ou acabamos por ver que elas sempre foram assim. Parece que foi ontem que te vi e parece que foi ontem que afoguei meus sentimentos relacionados a ti. O que ficou foi as musicas trocadas e salvas em uma pasta secreta, a cor favorita de azul e um de seus poemas que eu leio frequentemente. Mas devo sentir muito? Talvez não...

E ele já tinha escrito muito. Com os velhos cigarros e o mesmo hálito carregado de alcool e entorpecentes já tinha gritado um formigueiro de palavras silenciosas. Tinha vibrado e se afogado nas emoções de um coração lacrado em pedra, jogado num oceano fundo e gelado de regras e manias pessoais, de convicções febris, de solidão estática.

Escreveu sobre as batidas que faziam a superfície da água vibrar sutilmente e as transformou em ondas gigantes, em tsunamis. Trouxe a tona os pesadelos e os concedeu verbo, os colocou na luz. Suas musas, ele inventou. As inventou e raramente as encontrou. Quando encontrou, nadou com elas no frio do seu próprio mar. Mas sempre logo que entrou na água percebeu que não podia suportar a temperatura, não podia lidar com aquilo. E as afogou. E as deixou afundar. Não intencionalmente, não por algum tipo de maldade intrinseca que não pudesse controlar. Mas por um extinto imediatista de se proteger, de se cercar, de ficar sozinho.

Os cigarros agora deixou de lado. O alcool optou por reduzir. De resto, vestiu as mesmas bermudas rasgadas combinadas com as mesmas camisetas manchadas. Era assim descuidado consigo mesmo, desprevenido e ao mesmo tempo tão neurótico, tão amargo.


2 comentários:

Nada Sobre Tudo de Veludo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Como o tempo passa e as pessoas mudam. Ou acabamos por ver que elas sempre foram assim. Parece que foi ontem que te vi e parece que foi ontem que afoguei meus sentimentos relacionados a ti. O que ficou foi as musicas trocadas e salvas em uma pasta secreta, a cor favorita de azul e um de seus poemas que eu leio frequentemente. Mas devo sentir muito? Talvez não...

Ótica mental cheia de hortelã!

Café forte e sem açúcar!