Mentaótico

Ótica mental cheia de hortelã!

Viver é uma sentença de morte. É se matar, um pouco a cada dia, deixando lascas e pedaços de tudo que você é, de tudo que você foi. Viver é entregar-se a dor e senti-lá, deixar ela queimar as veias e bombear negra as têmporas em um desespero sufocante.

A fumaça queima as narinas e o tabaco é incapaz de livrá-lo dos demônios que o assombram. Em silêncio olhando as estrelas, ele procura em qual delas poderia pousar, qual estaria longe o bastante que o fizesse já não sentir.

As 80 batidas por minuto, tão constantes e tão estáveis já não se sentem. O coração é a pedra gelada enterrada tão fundo no peito. Ele anseia pelas lágrimas que exaustas já não saem e busca dentro de si um pouco de alívio na pessoa que um dia foi. Não se dá o direito de arrepender-se do que é, pois está exatamente onde quis chegar, mas agora já não sabe mais o que será.

O homem em formação que ainda procura dentro de si o menino que agora parece morto, engolido pela vida e por um mundo que sem ter um fim anunciado vive o fim dos tempos desde que qualquer tempo decidiu passar. Socorrendo a si mesmo tenta evitar que o sabor metálico preso aos dentes torne-se um amargor profundo.

Ainda em silêncio ele grita por ajuda e no escuro conta apenas com suas próprias mãos.

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Saída

Viver é uma sentença de morte. É se matar, um pouco a cada dia, deixando lascas e pedaços de tudo que você é, de tudo que você foi. Viver é entregar-se a dor e senti-lá, deixar ela queimar as veias e bombear negra as têmporas em um desespero sufocante.

A fumaça queima as narinas e o tabaco é incapaz de livrá-lo dos demônios que o assombram. Em silêncio olhando as estrelas, ele procura em qual delas poderia pousar, qual estaria longe o bastante que o fizesse já não sentir.

As 80 batidas por minuto, tão constantes e tão estáveis já não se sentem. O coração é a pedra gelada enterrada tão fundo no peito. Ele anseia pelas lágrimas que exaustas já não saem e busca dentro de si um pouco de alívio na pessoa que um dia foi. Não se dá o direito de arrepender-se do que é, pois está exatamente onde quis chegar, mas agora já não sabe mais o que será.

O homem em formação que ainda procura dentro de si o menino que agora parece morto, engolido pela vida e por um mundo que sem ter um fim anunciado vive o fim dos tempos desde que qualquer tempo decidiu passar. Socorrendo a si mesmo tenta evitar que o sabor metálico preso aos dentes torne-se um amargor profundo.

Ainda em silêncio ele grita por ajuda e no escuro conta apenas com suas próprias mãos.

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Ótica mental cheia de hortelã!

Café forte e sem açúcar!