Não sei porque ainda brincamos disso. Me pergunto se alguma vez foi engraçado, se alguma vez foi prazeroso. Perdemos algo muitos quilometros atrás e sinceramente não sei o que foi, mas não somos mais os mesmos. Não conversamos como conversavamos e nossos assuntos logo nos levam a buracos que não queremos mexer. Não conseguimos nos olhar direito pois ambos sabemos que devemos. Devemos muito um pro outro. Não bastariam mais cervejas na mesa do bar, almoços na casa da mãe, desculpas nos e-mails e mensagens que nunca são respondidas. A gente se perdeu no caminho que decidimos trilhar sozinhos. Não é falta de amor. Não é falta de carinho. É distância. É essa vala entre nós, que não se representa em quilometros ou horas que demoramos pra nos ver, mas sim em coisas que não podemos pesar, que não são calculáveis. Se fossem só as discussões sobreviveriamos, se fossem diferenças de opiniões, se fosse falta de preocupação. Se quisessemos mesmo. Mas já perdemos a vontade... então não tem mais pra que fingir. Não existem mais motivos pra dizer que sente saudades, ou perguntar se estamos bem. Sabemos que estamos. Agora talvez nos reste o tempo dizendo o que não conseguimos ser. Os anos que carregaremos tentando vencer uma batalha perdida. Exaustos por uma guerra impossível. Vamos ter que aprender a conviver com aquilo que o outro não é mais, com aquilo que nunca vamos chegar perto de ter de novo. Altos e baixos vao sempre existir. Mas lá no fundo é tudo que teremos. Não vamos mais chorar um pelo outro, uma hora as discussões vão parar, tudo vai ser adequado, todas as aparências serão mantidas, todas as fachadas conservadas, todas as ilusões equilibradas. Mas aquele laço é pra sempre. E isso não pode ser ruim. Que não nos falte coragem.
Sobre perder
Postado por
Guii
on sexta-feira, 8 de julho de 2011
Não sei porque ainda brincamos disso. Me pergunto se alguma vez foi engraçado, se alguma vez foi prazeroso. Perdemos algo muitos quilometros atrás e sinceramente não sei o que foi, mas não somos mais os mesmos. Não conversamos como conversavamos e nossos assuntos logo nos levam a buracos que não queremos mexer. Não conseguimos nos olhar direito pois ambos sabemos que devemos. Devemos muito um pro outro. Não bastariam mais cervejas na mesa do bar, almoços na casa da mãe, desculpas nos e-mails e mensagens que nunca são respondidas. A gente se perdeu no caminho que decidimos trilhar sozinhos. Não é falta de amor. Não é falta de carinho. É distância. É essa vala entre nós, que não se representa em quilometros ou horas que demoramos pra nos ver, mas sim em coisas que não podemos pesar, que não são calculáveis. Se fossem só as discussões sobreviveriamos, se fossem diferenças de opiniões, se fosse falta de preocupação. Se quisessemos mesmo. Mas já perdemos a vontade... então não tem mais pra que fingir. Não existem mais motivos pra dizer que sente saudades, ou perguntar se estamos bem. Sabemos que estamos. Agora talvez nos reste o tempo dizendo o que não conseguimos ser. Os anos que carregaremos tentando vencer uma batalha perdida. Exaustos por uma guerra impossível. Vamos ter que aprender a conviver com aquilo que o outro não é mais, com aquilo que nunca vamos chegar perto de ter de novo. Altos e baixos vao sempre existir. Mas lá no fundo é tudo que teremos. Não vamos mais chorar um pelo outro, uma hora as discussões vão parar, tudo vai ser adequado, todas as aparências serão mantidas, todas as fachadas conservadas, todas as ilusões equilibradas. Mas aquele laço é pra sempre. E isso não pode ser ruim. Que não nos falte coragem.
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